6.1.12

Steven Spielberg mostra mais uma vez seu incrível talento em contar histórias épicas com "Cavalo de Guerra"

CAVALO DE GUERRA

Três anos após "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal"(Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, 2008), Steven Spielberg está de volta com dois filmes em potencial: "Cavalo de Guerra"(War Horse, 2011) e "As Aventuras de Tintim"(The Adventures of Tintin, 2011). Como a adaptação do jovem investigador Tintim para as telonas ainda não chegou nos cinemas brasileiros, vamos analisar "Cavalo de Guerra", que acaba de estreiar.
"Cavalo de Guerra" se passa no período da Guerra Mundial I, e trata-se da história do cavalo Joey, que é comprado pelo fazendeiro Ted Narracott(Peter Mullan), criado e regido por seu filho Albert(Jeremy Irvine). Albert cria um profundo laço com seu cavalo, mas devido a dívidas da família, ele acaba por ser vendido à cavalaria inglesa. Ao completar a idade necessária, Albert se alista para entrar à guerra, com esperança de um dia ver seu cavalo novamente.
O protagonista do filme não é Albert, e sim o cavalo Joey, e não há ninguém melhor neste mundo do que Steven Spielberg para guiar uma obra totalmente protagonizada por um cavalo. Passando por vários donos e lugares durante sua jornada, Joey é certamente o personagem foco do filme, e é incrível como aquele cavalo é carismático! Como o próprio filme alega em algumas cenas, não é simplesmente um cavalo aleatório. Desde a primeira cena você pode perceber o quanto aquele animal é especial. A relação entre Albert e Joey é forte, a química entre Irvine e o cavalo é uma das melhores que o cinema pode oferecer, ainda mais sendo sustentada pela ótima representação do jovem ator. O pai, interpretado por Peter Mullan, não tem tanto destaque, mas mostra um bom trabalho nas cenas em que aparece. Emily Watson rouba as cenas em que surge como a mãe de Albert com seu carisma, mas os outros coadjunvantes, que recebem mais atenção do roteiro, é quem se fazem notar durante a projeção. O elenco inteiro do filme é muito carismático, desde seus personagens principais até soldados alemães. Tom Hiddleston é um dos melhores na pele do Capitão Nicholls, que assume a responsabilidade por Joey quando este vai para a cavalaria. A fofa Celine Buckens e Niels Arestrup também se sobressaem em seus devidos lugares.
O filme divide-se em seus três atos de forma inteligente, sendo o primeiro focado no desenvolvimento da relação de Albert e Joey, o segundo nas viagens, dificuldades e donos pelos quais o cavalo passa e o terceiro no vindouro reencontro com seu dono. E toda essa história é regida e estruturada de forma não apenas bonita e ideal para um filme do gênero, mas extremamente realista. O espectador pode sentir o horror de uma guerra, a tristeza de perder alguém, de se sacrificar, a agonia de continuar lutando quando tudo parece estar vindo na direção oposta.
Spielberg dirige o filme de maneira sólida e segura, utilizando de ângulos de filmagem inteligentes principalmente nas cenas com os cavalos, tendo também ótimo controle sobre as sequências de guerra. Nestas, a mixagem de som também é impecável. A trilha sonora de John Williams complementa a paixão e o tom épico de que este filme é feito, empolgando, entritescendo e alegrando nos momentos certos. O longa dispõe de uma fotografia excelente e uma direção de arte impecável, fazendo de qualquer tipo de cena algo visualmente muito bonito de se ver. Luzes e sombras são bem controladas e é interessante como Spielberg usa bastante em cenas internas diurnas a iluminação natural exterior em seu favor, através de janelas, portões abertos, etc. Os efeitos especiais, tanto práticos quanto computadorizados(se realmente houver algum), são esplêndidos, sem defeitos.
Créditos devem certamente ser dados aos treinadores e domadores dos cavalos, que certamente fizeram jus aos seus trabalhos. Principalmente Joey, que revela-se um animal tanto que rebelde, e o espectador não nota sinal de treinamento profissional ali, tudo flui de maneira extremamente natural.
Conclusão Final: "Cavalo de Guerra"(War Horse, 2011) é nada menos do que épico. Maravilhoso em sua história, em seus visuais e em suas atuações, com certeza um filme que vale a pena ser assistido várias e várias vezes. Que Steven Spielberg prossiga com seu talento único em reger um espetáculo desse nível. Recomendado!

Nota: 8.0

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