Ano de estréia, e essa é a primeira edição do prêmio LOQ, que vai eleger
as melhores e piores HQs lançadas em 2011. Foi um ano conturbado, com
publicações incomuns, tal como o grande evento da DC intitulado "Novos
52" que apagou parte de sua cronologia e investiu em novos lançamentos.
Além disso, enquanto 2010 acabou sendo um ano morno, 2011 esquentou até
demais, e chegou a fazer as vendas ferverem a neve de dezembro nos
Estados Unidos Abaixo os resultados da primeira parte dos vencedores!
1. Melhor one-shot:
a) Batman: O Retorno, por DC Comics
b) Batman: Leviathan Strikes, por DC Comics
c) Batman: Nöel, por DC Comics
Muitos me perguntaram o porque do Blaster Lizard indicar três HQs do Batman para as melhores oneshots, e, enfim, não consegui encontrar melhores. As três HQs do Batman acabaram sendo geniais, e cada uma apresentou uma faceta do Homem Morcego. O Retorno, por sua vez, mostra um Bruce Wayne renovado combatendo o crime em escala mundial ao caçar pistas sobre a organização terrorista intitulada “Leviatã”. Além disso, temos uma introdução genial mostrando a história do morcego que inspirou Wayne a transformar-se no Batman, ao pousar sobre o busto de seu pai. A HQ segue com Bruce retornando à Gotham, preparando seu exército e iniciando a marcha ao redor do mundo conhecida como a Corporação Batman. Pelas mãos de Grant Morrison, cada página dessa magistral edição valem a pena, sendo ilustradas pela melhor fase de David Finch.
2. Melhor arco publicado:
a) Batman and Robin V1: Batman e Robin precisam morrer (#13 - #16), por DC Comics
b) Vingadores V4: VIngadores vs O Capuz (#7 – #12), por Marvel Comics
c) Homem de Ferro V5: Stark - A Queda (#20 - #24), por Marvel Comics
Dr. Hurt morre diante do Coringa. Ops, spoiler lol |
Dessa vez a DC teve concorrência, e forte. Os três arcos escolhidos são potenciais, e excelentes. Batman e Robin mostra Dick Grayson como Batman, e o legitimo filho de Bruce, Damian, como o parceiro mirim. Ao longo da série a responsabilidade de Dick foi moldada, tal como o caráter de Damian – criado por sua mãe na Liga dos Assassinos. Esse arco agiu como um ápice genial para a série, pois novamente expôs o vilão Dr. Hurt como peça chave. Durante as edições, Dick foi baleado, Damian chegou perto da morte, e Bruce retorna magistralmente para confrontar seu misterioso rival, que indo além do caos criado em Gotham, diz ser seu pai, Thomas Wayne. Ao fim do arco, uma imagem nos remete à uma frase dita pelo Coringa, onde ele diz que Hurt e Batman são proporcionais, e jamais venceriam um ao outro, mas que a carta coringa sempre declara o vencedor. Ele faz sua escolha poéticamente, mostrando quem é o antagonista do Morcego.
3. Melhor série:
b) Vingadores V4, por Marvel Comics
c) Spawn, por Image Comics.
Esse vencedor é complementado pelo arco vencedor acima. Batman e Robin apresenta altos e baixos... bem, mas altos do que baixos. A imagem de um novo homem debaixo do manto do morcego trás diferenças severas no cenário de Gotham, e uma nostalgia imensa em relação à mítica Era de Prata. Grant Morrison alterou os pólos de humor, o equilíbrio da dupla dinâmica. Dick Grayson sorri, ele é feliz cumprindo o trabalho de vigilante, enquanto Damian é extremamente mau humorado. Anos atrás, Dick era bem humorado, e Bruce a encarnação do rabugentismo (criei uma palavra, HÁ). Além disso, vemos a evolução dos personagens, o modo como Damian Wayne aprende sobre seu pai, e honra a guerra que ele um dia começou, a Guerra ao Crime.
4. Melhor mini-série ou série limitada:
a) O Retorno de Bruce Wayne, por DC Comics
b) Corporação Batman, por DC Comics
c) The Darkness: Os Quatro Cavaleiros, por Top Cow Comics
Galeria de capas da mini-série. Clique para ampliar. |
Quando Grant Morrison disse que elevaria o conceito do Batman em um nível superior a tudo já visto, em muito isso foi questionado. Felizmente, os críticos como sempre engoliram as línguas. A Sanção Omega de Darkseid fez com que inicialmente Bruce fosse dado como morto, enquanto a idéia do escocês era justamente induzir a isso. Bruce não morreu, foi enviado através do tempo numa viagem que precisaria fazer sozinho, apenas com seu instinto de sobrevivência.
5. Melhor título para o público jovem:
a) Novos Titãs, por DC Comics
b) Batman: O bravo e o ousado, por DC Comics
c) Batman do Futuro, por DC Comics
Novos Titãns sempre foi um titulo juvenil do Universo DC, sempre trazendo ideais respeitáveis ao publico jovem, que ao longo dos anos foi seu maior alvo. Geralmente trás versões mirins dos grandes ícones da editora, como Robin, Supergirl e Kid Flash. Por que a indicação de três títulos da DC? Porque os títulos desse nível em outras editoras seguem deploráveis.
6. Melhor mega-saga:
a) Fear Itself, por Marvel Comics
b) Artifacts, por Top Cow Comics
c) Flashpoint, por DC Comics
Incrivelmente, a “fraca” saga Flashpoint se sobressaiu durante a votação. Fraca? Sim. Flashpoint possui um bom desenvolvimento apenas em sua história central, onde vimos um mundo totalmente diferente, uma realidade alternativa onde apenas Barry Allen é o herói que já conhecemos. O Superman foi encontrado pelo governo dos E.U.A. e mantido em uma cela sem acesso à luz solar, logo, com baixíssimo desenvolvimento de poder. Batman é Thomas Wayne, seu legado teve início após ver o filho Bruce ser assassinado no Beco do Crime. Uma guerra entre Amazonas e Atlantes assola a humanidade, e já destruiu continentes. Nessa linha central, onde Flash precisa voltar ao seu mundo de origem, a história é muito bem desenvolvida, porém, como toda mega-saga deixa pontas para serem explicadas em tie-ins (ou edições complementares). Esses tie-ins que decepcionam, com narrativas fracas e que não suprem a função desejada através da saga central. Flashpoint não é ruim, mas ao ser comparada com “A Noite Mais Densa”, último sucesso editorial da DC, falha com méritos. O respeito adquirido pela Flashpoint veio através dos Novos 52, pois ao que parece, a saga foi uma simples justificativa para a desculpa de repaginação de personagens.
7. Melhor Escritor:
a) Grant Morrison em “Corporação Batman”, “Batman & Robin” e “Action Comics”, por DC Comics
b) Jeff Lemire em “Homem-Animal”, por DC Comics
c) Matt Fraction em “Fear Itself”, por Marvel Comics
Não há muito o que ser comentado. Grant Morrison tem sido, indiscutivelmente, o melhor escritor no ramo editorial de quadrinhos. Seus trabalhos em 2011 apenas refletem isso da melhor forma possível.
8. Melhor artista de capa:
a) Stjepan Sejic
b) Alex Ross
c) Andy Granov
Apesar da contemporaneidade surpreendente de Granov, e de Sejic ser especialista em traços femininos de um modo único... olha, Alex Ross É Alex Ross.
9. Melhor artista:
a) Lee Bermejo em “Batman: Nöel”, por DC Comics
b) Stjepan Sejic em “Witchblade”, por Top Cow Comics
c) Scott Clark em “Corporação Batman”, por DC Comics
Talvez Lee Bermejo seja o mais talentoso artista da DC atualmente. Cuia dos desenhos e da pintura das páginas das respectivas HQs, tal como é um excelente capista. Seu trabalho em 2011 foi o especial “Batman: Nöel”, onde ele escreve e ilustra uma versão da clássica história “Um Conto de Natal”, apresentando a narrativa original, porém, com sequencias mostrando Batman no rigoroso inverno de Gotham. Seus desenhos são incríveis, as cores idem. Bermejo utiliza uma versão pessoalmente sua do uniforme do Batman durante as histórias que ilustra, baseando-se num visual mais militar e menos colante, como foi de costume acompanhar ao longo de muitos anos. Expressões físicas e traços femininos beiram à perfeição. Antes de Batman: Nöel, Bermejo foi aclamado pela aparição no especial “Coringa: Retrato de um Psicopata” e “Lex Luthor: Homem de Aço”.
10. Melhor Desenhista:
Batman & Lanterna Verde vs Superman, por Jim Lee |
a) Rags Morales em “Action Comics”, por DC Comics
b) Jim Lee em “Liga da Justiça”, por DC Comics
c) Stuart Immonen em “Fear Itself”, por Marvel Comics
O Sul-Coreano que hoje manda na DC, também é condecorado pelo Lagarto como melhor desenhista de 2011. Após um período parado, Lee retorna com o carro-chefe da editora, e apesar de muitas críticas, com ótimos desenhos.
11. Melhor colorista:
Lápis e tinta de Capullo, cores de Glapion |
a) Frank D'Armata em “Iron Man V5”, por Marvel Comics
b) Paul Monts em “Novos Vingadores”, por Marvel Comics
c) Jonathan Glapion em “Batman (Novos 52)”, por DC Comics
Enquanto Greg Capullo segue com os desenhos em “Batman”, Gaplion apresenta uma gama de cores ao longo da série que, em contraste com os traços, realça o clima sombrio da alma de Gotham City.
12. Melhores HQs em andamento:
a) Batman (Novos 52), por DC Comics
b) Homem-Animal (Novos 52), por DC Comics
c) Ultimate Spider-Man, por Marvel Comics
Em “Batman”, Scott Snyder tem conseguindo "revolucionar" o título como há muito tempo não vimos por nenhum outro escritor, além do Morrison, claro. A arte de Capullo mostra cenas exóticas. Batman tem estado excelente, e de fato tem sido o melhor titulo lançado em 2011. Tem trazido à tona uma história a fundo de um dos maiores ícones da DC, que é o Batman. É uma ótima HQ para quem gosta de investigações e series “do tipo CSI”. Mas o "Batman não é isso?"; talvez tenha sido a real proposta de Bob Kane quando criou o persongem, mas poucos escritores conseguiram aproveitar essa temática.
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