23.10.11

"O Mistério das Duas Irmãs" é um thriller psicológico que vale a pena ser visto

O MISTÉRIO DAS DUAS IRMÃS


Este é o filme que tirou Emily Browning dos filmes mirins e lançou a atriz em obras mais adultas. Antes desse, em 2006, houve o elogiado "Stranted", mas o mesmo não foi lançado no Brasil. Desde "O Mistério das Duas Irmãs"(The Uninvited, 2006), Emily estrelou "Sucker Punch: Mundo Surreal"(Sucker Punch, 2011), "Sleeping Beauty"(2011) e tem programado para 2013 "Magic, Magic", que encontra-se em pré-produção(Podendo a atriz se envolver em outros projetos pelo caminho). Então, vamos revisar este "O Mistério das Duas Irmãs".
O filme é estrelado por Browning como Anna, uma jovem instável psicologicamente que foi internada após ter visto sua mãe(Maya Massar) morrer numa terrível explosão. Após sair do hospício, Anna nota o estranho comportamento da namorada de seu pai(David Strathairn), Rachel(Elizabeth Banks) e começa a ser assombrada por fantasmas que tentam lhe dizer algo relacionado ao incêndio que levou à morte de sua mãe. Junto à sua irmã, Alex(Arielle Kebbel), Anna começa a investigar a nova amada de seu pai em uma tentativa de provar que o incêndio que matou sua mãe não foi um acidente.
A atuação de Browning é sólida, sendo ela quem brilha o filme inteiro. Emily grita, corre, se desespera, sente medo, tudo de forma bem convincente. Arielle Kebbel é tão boa quanto a protagonista, mas Elizabeth Banks não consegue se destacar do modo que deveria como Rachel, e David Strathairn não faz feio em suas cenas. Maya Massar aparece mais como assombração do que como a mãe de Anna e Alex ainda viva, mas faz seu trabalho muito bem. Lex Burnham é penetrantemente sombria como um dos fantasmas que atormentam Anna, e chega a dar alguns sustos nas cenas em que aparece. Jesse Moss entrega também uma boa atuação como Matthew Hendricks, o namorado de Anna, mas a química entre Moss e Browning não tem tempo para se desenvolver, uma vez que o personagem de Moss aparece pouco. A relação entre Matt e Anna poderia(e deveria) ter sido melhor construída e aproveitada, o que faria com que alguns momentos do filme tivessem mais efeito sobre o espectador. Os ângulos de câmera são todos bem simples, os diretores Charles e Thomas Guard não tentam fazer nada que não consigam com a filmagem, mas deixam em evidência sua inexperiência. Este não é um filme de terror, é um thriller psicológico, as cenas com os fantasmas são bem aplicadas, mas não assustam. O suspense funciona bem, você está sempre querendo saber o que vai vir a seguir, mas o filme não chega a te deixar muito aflito pelos personagens, apenas em seu terceiro ato. A trilha sonora, de Christopher Young, também só se manifesta de forma mais marcante no terceiro ato, especialmente na conclusão da história. Apesar dos defeitos, a história se desenrola de uma boa forma, e temos um mistério atrás do outro, com o enredo mostrando-se bem inteligente. A mixagem de som se mantém ao normal, não há nenhum som exagerado, coisa comum em filmes de suspense de baixo orçamento. A forma como a personagem de Emily Browning evolui é interessante, tentando ela se convencer cada vez mais de que não está enlouquecendo, e temendo voltar para o hospício. O carisma da atriz ajuda para que o público sinta pena da pobre Anna. O final é absolutamente retorcido, faz com que o espectador revisite vários acontecimentos do longa procurando entender o que houve, e então tudo é explicado. De fato, será uma surpresa para todos que assistirem à fita. Durante as cenas diurnas, o filme se mostra bastante brilhante(sem perder o clima), mas em cenas noturnas, temos uma ambientação muito mais obscura. Há pouquíssimas locações, aparecem apenas o hospício, a casa de Anna(onde a maior parte do filme se passa), a delegacia e o mercado, e estas são bem utilizadas. Afinal, o filme não precisa sair muito da casa de sua protagonista para se desenvolver. Não há cores específicas destacadas, o que ajuda bastante no tom sombrio do longa. Provavelmente, o maior defeito desta fita é sua duração. Com apenas 87 minutos de duração, o filme não parece ser totalmente explicado e sua conclusão, apesar de intensa, acaba ficando um pouco apressada.
Conclusão Final: "O Mistério das Duas Irmãs"(The Uninvited, 2009) é um filme apertado pela sua curta duração, que não deixa tempo para alguns personagens se desenvolverem e a história se explicar melhor. Ainda sim, é um thriller que vale a pena ser visto pela boa atuação de Emily Browning, o suspense, a boa história e um triste e inesperado final. Provavelmente, se guiado por diretores mais experientes, seria um ótimo filme. Recomendado para os que gostam de thrillers, quem procura muito além disso pode se desapontar.

Nota: 7,0

0 comentários:

Postar um comentário