28.10.11

"O Retorno de Johnny English" traz o mestre Rowan Atkinson em ótima forma

O RETORNO DE JOHNNY ENGLISH


Oito anos após "Johnny English"(Johnny English, 2003), finalmente é concedida uma sequência para o espião mais atrapalhado da Inglaterra. Como boa parte do povo, eu conheci o astro Rowan Atkinson nas séries de TV "Mr. Bean", e resolvi assistir ao primeiro longa do espião há muito tempo atrás. Adorei, achei o filme engraçadíssimo e me perguntei porquê não havia uma continuação. Bem, aqui está. Para começar, temos que admitir que Atkinson é, ao lado de Jim Carrey, Eddie Murphy e outros, um mestre da comédia. O cara é simplesmente hilário, e se distanciou um pouco do cinema nos últimos anos, tendo sido seu último filme "As Férias de Mr. Bean"(Mr. Bean's Holiday, 2007), que trouxe o problemático Mr. Bean para as telas do cinema de forma engraçada também. Quando anunciada a continuação de Johnny English, eu obviamente não iria perder.
Entre várias comédias que se limitam às piadas sexuais, fezes e urinárias, o segundo "Johnny English" acerta justamente por apostar em fórmulas antigas e Oliver Parker cria uma agradável comédia à moda antiga. A história gira em torno de um grupo de assassinos que planejam matar o premier Chinês, que se encontra em negociações com o primeiro-ministro inglês, estando um desses assassinos infiltrado na CIA, um na KGB e o outro na MI-7. A única esperança dos ingleses em impedir este crime é o retorno de Johnny English(Atkinson), que após uma desastrosa falha em Moçambique, se distanciou da Inglaterra e atualmente treina com guerreiros chineses as artes marciais.
O primeiro ato do filme parece um pouco apressado no começo em reapresentar o personagem de Atkinson, explicar seu retorno e introduzir os novos elementos do longa, mostrando que o roteiro quer colocar English logo em ação, e quando isso acontece, a pressa já não é mais um problema. O novo parceiro de English, Tucker(Daniel Kaluuya), tem pouco destaque no início mais aos poucos se torna mais importante, ganhando mais espaço para nos fazer rir. Rosamund Pike faz uma boa representação de Kate, novo interesse amoroso de English, mas os dois personagens não tem tempo ou cenas o suficiente para que sua química seja melhor desenvolvida. Gillian Anderson é boa no papel de Pamela, e Dominic West não faz feio como Ambrose. O enredo é bem simples, e se desenvolve da forma adequada, tendo uma cena mais engraçada que a outra em sequência, mas sobra espaço para cenas mais sérias, evitando o filme de se tornar um pastelão total. O personagem de Atkinson é bem construído como alguém que busca a solução para o mistério com perseverança, mas está sempre fadado ao fracasso, assim como no filme anterior. Tucker nos é apresentado como o agente novato que tem como sonho fazer parte de grandes acontecimentos, a Kaluuya faz bem interpretando tal personagem, sendo este um dos mais cômicos da fita depois de English. A trilha sonora dá as caras logo nos créditos de abertura do filme e presta bastante homenagem aos clássicos filmes de espionagem, com o tema principal do filme sempre se destacando em cenas de seu personagem principal. Os efeitos especiais, tanto práticos quanto computadorizados, são todos muito bons e bem aplicados, não há defeitos. Também há uma boa mixagem de som, mas, como de costume neste gênero, a mesma não tem muitas cenas em que possa chamar a atenção. Atkinson encarna English com tanta convicção e de forma tão convincente que em vários momentos do filme o espectador se pega pensando em quão babaca, ou o quão heróico o espião é. Outro ponto positivo são as boas cenas de ação. Não são muitas, mas as poucas presentes são boas, com direito a ótimos praticantes de artes marciais. Em boa parte do filme, os ângulos de filmagem são bem comuns, mas o diretor exagera um pouco no uso de zoom, detalhe perceptível desde o início do longa. A conclusão do filme combina uma trilha sonora épica com bons efeitos especiais, cenas hilárias e boas atuações - todos os pontos positivos do filme.
Conclusão Final: "O Retorno de Johnny English"(Johnny English Reborn, 2011) não traz de volta apenas o astro Rowan Atkinson como o atrapalhado agente inglês, mas também o ótimo estilo de comédia à moda antiga que havia sendo esquecido. Para aqueles que acham piadas sexuais grosseiras e querem rir por algo mais convencional e situações engraçadas de forma diferente, este longa tem todos os elementos necessários, pena que demorou 8 anos para vir à tona. Que venha o terceiro, recomendado!

Nota: 8.0

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