22.10.11

"Kick-Ass: Quebrando Tudo" é um dos filmes mais divertidos da história, em todas as definições da palavra!

KICK-ASS
QUEBRANDO TUDO


Quando anunciado o filme "Kick-Ass: Quebrando Tudo"(Kick-Ass, 2010), eu não fiquei muito interessado, até mesmo porque eu não sabia nada sobre a adaptação, nem mesmo havia lido a obra de Mark Millar e John Romita Jr.. Ao assistir o trailer em uma sessão de "Esquadrão Classe A"(The A-Team, 2010), duas coisas me chamaram a atenção: A temática do filme, obviamente, e Nicolas Cage. Nessa época, Cage não estava totalmente recuperado da remessa de filmes ruins em que o astro mergulhou de 2006 até 2010, e este parecia ser o filme que traria Cage de volta aos bons filmes. A primeira coisa que notei foi a péssima distribuição do filme aqui em Campinas, os poucos bons cinemas da cidade estavam passando "Kick-Ass" em horários escassos e em apenas uma sala, no geral. Depois do sacrifício, consegui finalmente assistir à este divertidíssimo filme do ótimo diretor Matthew Vaughn.
"Kick-Ass" é narrado por Dave Lizewski(Aaron Johnson, que fez o pequeno Charlie Chaplin em "Bater ou Correr em Londres"), um nerd usual cujo o único super-poder é ser invisível para garotas. Dave tem uma certa tendência à bondade, o garoto não aguenta ver pessoas sendo maltratadas e sempre se pergunta porquê ninguém nunca faz nada a respeito. Um certo dia, Dave se cansa de tudo isso e resolve comprar uma fantasia pela internet e combater o crime, adotando o pseudônimo de Kick-Ass. Ao enfrentar três bandidos para ajudar um estranho na frente de uma lanchonete, Kick-Ass vira um fenômeno mundial da noite pro dia. Mas isso não desperta a atenção apenas dos geeks de plantão, super-heróis de verdade como Big Daddy(Nicolas Cage, em ótima forma) e sua filha Hit-Girl(Chloë Grace Moretz) se interessam em Kick-Ass tanto quanto o mafioso Frank D'Amico(Mark Strong) e seu filho, Chris D'Amico(Christopher Mintz-Plasse), e aí a confusão começa. Aaron Johnson interpreta muito bem tanto a personalidade tristemente revoltada de Dave Lizewski quanto o heróico - mas atrapalhado - Kick-Ass. Ainda sim, Dave não é o protagonista do filme, aqui temos o protagonismo coletivo; os protagonistas são os super-heróis. Kick-Ass, Big Daddy, Hit-Girl e até mesmo Red Mist; todos são protagonistas e têm o devido destaque. Os personagens são todos muito bem desenvolvidos, o filme deixa muito clara a personalidade de cada personagem e dá espaço para o desenvolvimento de todos eles, sendo todos muito importantes para a trama. Nicolas Cage aparece hilário como Big Daddy, representado o herói muito bem e até mesmo homenageando o Batman de Adam West em seu tom de voz. Christopher Mintz-Plasse também faz o público rir com seu Chris D'Amico, filho sempre ansioso para participar dos negócios do pai, assumindo futuramente a identidade de Red Mist. Mark Strong, que previamente interpretou Lorde Blackwood em "Sherlock Holmes"(Sherlock Holmes, 2009), faz bem o papel do mafioso clássico que se estressa a cada vez em que seus negócios são arruinados, mas como de costume, quem rouba a cena do início ao fim é Chloë Grace Moretz. A atriz jovem, talentosa e não muito conhecida por aqui faz de sua Hit-Girl a personagem mais interessante entre o elenco estrelar e carismático do longa. Uma garotinha de 11 anos totalmente amadurecida que fala palavrões, luta, usa armas e até dirige; Hit-Girl não é só uma parte do humor do filme, mas é também a grande chave para as cenas de ação de tirar o fôlego. Além disso, à medida que a personagem se desenvolve, ela se torna, ao lado de Kick-Ass, uma das mais heróicas do filme, mostrando também ter um lado vingativo(Provavelmente herdado do pai, Big Daddy). O público alvo do filme com certeza consegue se identificar muito bem com a personagem Hit-Girl. Mesmo com muitas das piadas do filme sendo sobre quadrinhos e heróis, o humor funciona muito bem para qualquer público. Os nerds e geeks, em especial, tomarão um banho de nostalgia assistindo a esta obra. A mixagem de som é boa, não contendo nenhum som exagerado que tenha sido adicionado na edição, o que é costume em filmes de heróis com ação embalada. A trilha instrumental, composta por vários ótimos compositores(Entre eles Henry Jackman e Danny Elfman) e claramente inspirada na música "An American Trilogy", de Elvis Presley(Que está na trilha sonora), é excelente e muito expressiva em várias maneiras diferentes. A composição instrumental consegue emocionar, empolgar e até mesmo fazer rir, sempre nos momentos certos. As músicas também provém de um excelente gosto musical, variando de pops como "Kick-Ass" e "Omen", rock como "Make Me Wanna Die" e "Bad Reputation" até clássicos como "An American Trilogy". A fotografia do filme deixa bastante espaço para as cores, que tem bastante enfoque principalmente com o uniforme de seus heróis. A manipulação de luz e sombras é genial especialmente na cena em que Hit-Girl retorna para salvar seu pai e Kick-Ass, que se passa no escuro em sua maior parte, contendo também uma sequência em primeira pessoa que os fãs de FPS vão adorar. As relações de todos os personagens uns com os outros são muito bem construídas, especialmente as com Kick-Ass. A química entre Aaron Johnson e Lyndsy Fonseca, que interpreta Katie Deuxma, interesse amoroso do nerd, cresce de forma natural e muito divertida também. Clarke Duke e Evan Peters, que interpretam os dois amigos de Dave Lizewski, são hilários, como de costume. Matthew Vaughn guia o filme do começo ao fim da forma ideal, sem que nenhuma parte dele fique repetitiva, enrolativa e nem apressada. Tudo corre muito naturalmente, sendo o filme muito bem dividido. O primeiro ato apresenta o personagem de Dave e sua motivação. O segundo dá as caras dos outros super-heróis e vilões e o terceiro conta bastante com todos os elementos mostrados nos atos anteriores para uma conclusão cheia de ação e emoção. Há bastante uso de efeitos especiais, tanto CG quanto práticos, e são todos ótimos. A fita também conta com bastante violência, não tendo dó de mostrar sangue quando alguém é baleado, esfaqueado ou espancado - coisas que acontecem com frequência no filme.
Conclusão Final: Com um humor geek, personagens extremamente bem desenvolvidos e cheios de personalidade, ótimas interpretações, Hit-Girl e é claro violência no melhor estilo Quentin Tarantino, "Kick-Ass: Quebrando Tudo"(Kick-Ass, 2010) é um ótimo filme para qualquer público. Se você não rir, vai se entreter com a ação. Se não, vai curtir as piadas. Se não, vai se apaixonar pelos personagens. A questão é que acaba se tornando impossível qualquer uma das negações acima de acontecer. Recomendadíssimo!

Nota: 10,0

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