23.10.11

"Gigantes de Aço" combina sci-fi futurístico com drama de boxe de forma eficiente

GIGANTES DE AÇO


Eu sempre gostei de sci-fi's futurísticos que foram muito populares pelos anos 80 e 90, tais como "O Demolidor"(Demolition Man, 1993), "O Quinto Elemento"(The Fifth Element, 1997), "O Juíz"(Judge Dredd, 1995), entre outros. Ao ver o cartaz deste "Gigantes de Aço"(Real Steel, 2011), estrelado por Hugh "Wolverine" Jackman, me pareceu um sci-fi futurístico pelo qual eu me interessaria.
"Gigantes de Aço" conta a história de Charlie Kenton(Jackman), um ex-pugilista que passou a vida inteira distante do filho Max(Dakota Goyo, que fez o Thorzinho em uma breve cena de "Thor"), um garoto determinado e cheio de personalidade como o pai cafageste. O filme se passa em 2020, num futuro em que o boxe humano foi banido e as máquinas se encarregaram de se matarem nos ringues. Kenton está falido, cheio de dívidas e tentando se estabilizar economicamente em lutas clandestinas com seu robô, e a situação aparenta piorar quando sua ex-namorada morre e o ex-pugilista precisa cuidar de seu filho de 11 anos. Em uma tentativa de encontrar peças para montar um novo robô para lutas, Charlie e Max descobrem Atom, uma máquina de sparring com bastante potencial. "Gigantes de Aço" é dirigido por Shawn Levy, responsável pelos dois "Uma Noite no Museu", provando neste longa que pode conduzir muito mais do que apenas comédias de Tela Quente.
O filme apresenta Charlie Kenton desde o início como um verdadeiro traste egoísta e mesquinho. Quando seu filho Max chega, a relação dos dois é agressiva. Também é enfocado desde o início a personalidade agressiva de Max, deixando clara a semelhança do garoto com o seu coroa. O jovem também se mostra bastante esperto para sua idade, sempre surpreendendo o seu pai. À medida em que os dois vão vencendo lutas com o robô Atom, eles ficam cada vez mais próximos, e a química de pai e filho entre Jackman e Goyo é perfeita. Apesar de se tratar de boxe robótico, este é um dos longas familiares mais humanos que já vi, e um dos mais agradáveis também. A relação entre Charlie e Max se desenvolve junto com a trama do filme, e Charlie, que era um canalha, começa a mudar sua personalidade ao se aproximar de seu filho. O filme é emocionante do começo ao fim, fazendo o espectador ficar aflito com as situações complicadas e o mesmo se pergunta como a dupla vai se livrar da encrenca. Hugh Jackman faz muito bem o papel de Kenton, temos inclusive uma breve cena em que podemos vê-lo lutando, porém esta é curta. Entretanto, Dakota Goyo rouba a cena do carcaju em boa parte do longa. O jovem ator faz de seu Max Kenton um garoto teimoso, corajoso, ousado e perseverante. Max defende seus princípios até a última gota, outros personagens tentam dominá-lo, mas nada jamais o faz mudar de ideia. É um garoto amadurecido, com opinião sólida e objetivo fixo. E Goyo interpreta o rapaz com perfeição. Evangeline Lilly aparece pouco como o interesse amoroso de Kenton, mas também não falha em suas cenas. Kevin Durand, o Blob de "X-Men Origens: Wolverine"(X-Men Origins: Wolverine, 2009), aparece e desconta a surra que levou de Hugh Jackman no filme do mutante canadense. A trilha sonora original, do mestre Danny Elfman, responsável por trabalhos icônicos em "Batman"(Batman, 1989) e "Homem-Aranha"(Spider-Man, 2001), é sempre empolgante. Além das emocionantes músicas orquestradas, Elfman também usufrui bem de instrumentos menos épicos como o violão. As músicas são, em sua maioria, pop e rap, contendo alguns bons hits de Eminem. A fotografia é boa, e as filmagens de quando Charlie e Max estão viajando em seu caminhão deixam a paisagem bem enfasada, e a cinematografia de Mauro Fiore favorece bastante os bonitos céus nublados que aparecem em boa parte das viagens, com a luz do sol se destacando entre as nuvens. Os efeitos visuais são simplesmente perfeitos, há algum tempo não se via personagens completamente feitos em CG parecerem tão sólidos diante das câmeras. Este com certeza já é um candidato para o Oscar de melhores efeitos visuais, categoria que aparentemente estará apertada na Academia. A mixagem de som faz bem o seu trabalho, não deixando nenhum erro ao aplicar o som dos golpes metálicos ou até mesmo dos golpes de humanos em algumas cenas. À partir do final de seu segundo ato, o filme consegue deixar qualquer espectador emocionado tanto com as situações tristes quanto as felizes, sendo que as atuações de Jackman e Goyo ajudam muito nisso. O filme é muito balanceado entre emoção, luta robótica e humor. Não falta ação na fita, mas as lutas entre as máquinas também não chegam a se tornar cansativas. O humor funciona muito bem e aparece nas horas certas, sempre bastante pontual. A evolução do personagem de Jackman no filme é com certeza seu ponto mais interessante, sem que precisa-se ser enfasado na obra, qualquer um que esteja vendo nota o quanto Charlie Kenton evolui do começo ao fim do longa. O final, apesar de previsível, prova que a coragem pode ser muito mais forte que o aço e mais importante que a vitória, fazendo qualquer um se emocionar. Devo confessar, "Gigantes de Aço" quase me fez chorar.
Conclusão Final: "Gigantes de Aço"(Real Steel, 2011) possui a combinação perfeita de sci-fi com drama de boxe e o equilíbrio balanceado entre ação, humor e emoção. Vale cada centavo dos ingressos, sendo um ótimo filme para qualquer público, é uma pena que não podemos ver Hugh Jackman lutando um pouco mais. Que venha a continuação, recomendado!

Nota: 9,0

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