17.7.11

Transformers: O Lado Oculto da Lua recoloca a franquia nos eixos

TRANSFORMERS
O LADO OCULTO DA LUA


De vez em quando, eu costumava assistir às séries animadas "Transformers" que passavam na Globo há muito tempo atrás, mas nunca prestei muita atenção no que acontecia ali, tudo que eu sabia era que estava havendo uma guerra entre duas doutrinas de robôs que se transformavam em veículos na Terra. Em 2007, ao ser anunciado o longa-metragem "Transformers" (Transformers, 2007), eu fui ao cinema conferir mais pelo visual, e acabei descobrindo um ótimo filme o qual eu tinha certeza que daria origem a uma franquia com enorme potencial. "Transformers" é um filme clichê e admite isso, podemos dizer que o clichê nessa franquia não é argumento para julgá-la, afinal não é um defeito. Bom, após a ótima experiência que tive em ver o primeiro longa, fiquei ainda mais empolgado quando foi anunciada sua sequência: "Transformers: A Vingança dos Derrotados"(Transformers: Revenge Of The Fallen, 2009). A estréia estava simplesmente lotada, haviam pessoas sentadas até nas escadas da sala. Mas, o segundo capítulo da franquia simplesmente pisou na bola. O filme é divertido e os efeitos são bons(Mesmo tendo visíveis falhas em alguns momentos), porém a fita exagera extremamente no humor pastelão, há muitos personagens completamente desnecessários para a trama, muitas cenas de ação que não precisavam acontecer e o filme acaba sendo uma enorme baderna. Mesmo com o desastre ocorrido no segundo filme, fiquei animado com o anúncio do terceiro. A primeira coisa que o diretor Michael Bay fez foi se desculpar com o público em entrevistas pela bagunça que foi o segundo filme e prometeu que o terceiro seria menos robôs e mais emoção. E Bay cumpre a promessa; "Transformers: O Lado Oculto da Lua" não é um filme perfeito, mas conserta os defeitos de "A Vingança dos Derrotados" e consegue mais do que agradar os fãs dos robôs que viram carros. Na história do terceiro longa, Sam Witwicky(Shia LaBeouf, em sua melhor atuação na franquia) já está formado porém não se conforma com o fato de ter salvado o mundo duas vezes e ter que se esforçar tanto para conseguir um trabalho. Agora, ele namora Carly(Rosie Huntington-Whiteley, que faz uma atuação mediana, mas sua personagem se envolve muito mais na trama do que a de Megan Fox), e mora junto com ela, assim como seus "Transformers de estimação", Wheelie e Brains. Por outro lado, os Autobots agora ajudam os humanos a resolverem seus conflitos internos, impedindo que eles usem suas próprias armas para destruir uns aos outros. Durante uma missão em Chernobyl, os Autobots fazem uma descoberta fatal: Sua existência já era de conhecimento humano bem antes do que eles imaginavam, e quanto a isso, os humanos não contaram tudo o que sabem sobre os Transformers para os Autobots. Por outro lado, o que os Autobots estão descobrindo apenas agora, os Decepticons já sabiam há tempos, e vão usar a determinação dos Autobots em descobrir a verdade a seu favor. O personagem Sentinel Prime(Leonard Nimoy) é mostrado como a grande chave para o desfecho da trama, e seu desenvolvimento e aproveitamento é muito interessante. A fita deixa claro que Sentinel é mentor de Optimus Prime(Peter Cullen), além de seu antecessor na liderança dos Autobots, e a relação desses dois é bem explorada. Outra coisa que havia sido esquecida no segundo filme e que está presente neste é a maior exploração da relação entre Sam e seus amigos alienígenas, algo bem comum em filmes de Steven Spielberg, e que consegue passar uma boa sensação em relação ao drama do filme. Apesar disso, o filme deixa Sam e os humanos um pouco mais de lado e coloca como foco a relação entre os Transformers. A propósito, aquela relação "humano-alienígena" da qual falei não está presente apenas entre Sam e os Autobots, ela também é exercida de uma maneira muito interessante entre Decepticons e humanos. O humor pastelão ainda está presente, porém não chega nem aos pés do exagero do segundo filme e funciona de modo muito melhor. Esse humor é mais aplicado pelos personagens Bruce(John Malkovich) e Jerry(Ken Jeong), e em algumas partes tais cenas chegam a incomodar o expectador(Sam e Jerry no banheiro, WTF?), porém é algo que passa rápido e não compromete demais o filme. Falando em comédia, o humor realmente funciona com Seymour Simmons(John Turturro) e seu comparsa Dutch(Alan Tudyk), apesar de ambos os personagens serem desnecessários para a trama, o filme não teria muita graça sem eles. Outro erro de "A Vingança dos Derrotados" que é reparado aqui é o aproveitamento dos Transformers, principalmente dos Autobots. Na segunda fita, a maioria dos Autobots(Inclusive os que eram novos) foram esquecidos, parecia que apenas Optimus, Bumblebee e os gêmeos Skids e Mudflap apareciam no filme. No novo filme, todos os Autobots são aproveitados e desenvolvidos de forma apropriada, principalmente Ratchet(Robert Foxworth), Ironhide(Jess Harnell) e Sideswipe. Os novos personagens são introduzidos na trama de forma interessante e divertida, principalmente Dylan Gould(Patrick Dempsey), que é um personagem importante tanto para a parte dramática do filme quanto para o desenvolvimento da história. Os fãs dos Decepticons também ficarão felizes com o terceiro longa, Lorde Megatron(Hugo Weaving), que estava no segundo filme apenas para apanhar, apresenta-se em grande estilo no filme. Starscream(Charles Adler) continua atrapalhado e tomando broncas de Megatron, o que é muito divertido de se ver, mas outro Decepticon que tem mais destaque nesse terceiro filme(e que já havia se apresentado pela primeira vez em "A Vingança dos Derrotados") é Soundwave(Frank Welker), que está agora em Terra atuando mais fisicamente ao lado dos Decepticons. Vamos falar do novo Decepticon no filme que havia sido o centro das atenções desde o começo da produção: Shockwave. O ditador de Cybertron é extremamente mal-aproveitado no filme e também muito desnecessário. Shockwave tem apenas uma fala no filme inteiro(que tem 154 minutos de duração) e só está ali pra causar dor de cabeça aos humanos, mas além de aparecer muito pouco e não ter nenhuma cena de ação interagindo com algum Autobot onde possa demonstrar o potencial do personagem, Shockwave morre rápido e de forma que eu denominaria como ridícula se não tivesse sido pelas mãos do Líder dos Autobots. O filme segue a fórmula do primeiro longa e guarda a ação de verdade para o final(Mas claro, contendo cenas boas de ação espalhadas pelo decorrer do filme) e isso dá muito certo novamente. A trilha sonora é simplesmente deslumbrante, Steve Jablonsky faz seu melhor trabalho na franquia dos robôs e entrega uma trilha intensa e profunda ao filme, o que acrescenta muito mais intensidade e drama principalmente às cenas de ação.
Conclusão Final: Entre erros e acertos, "Transformers: O Lado Oculto da Lua"(Transformers: Dark Of The Moon, 2011) consegue reparar os maiores defeitos de seu antecessor e acima de tudo, emocionar os fãs dos robôs Cybertronianos. Recomendado! Ah, e quase esqueci de comentar: O 3D do filme é simplesmente ótimo, se você ainda tiver a chance de vê-lo em 3D, não disperdice essa chance!

Nota: 8,5

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