29.7.11

"Capitão América: O Primeiro Vingador" tira o fôlego e adapta ao cinema de forma digna o maior patriota dos quadrinhos

CAPITÃO AMÉRICA
O PRIMEIRO VINGADOR

"Heróis são feitos na América!"
Eu confesso que nunca fui muito fã do Capitão América, sempre o reconheci como um herói respeitável mas nunca tive a curiosidade ou interesse de dar uma melhor conferida em suas histórias, apenas em participações especiais que o personagem fazia em séries animadas como as de X-Men e Homem-Aranha, e também breves conferidas em seu longa-metragem de 1990. Ao ficar sabendo que o Capitão voltaria para as telonas, fiquei com um pé atrás. Não, não é pelo o que você está pensando; Muito pelo contrário, achei interessante a escolha de Chris Evans para o papel. Até então, Evans nunca havia encarado um papel de verdade em sua carreira, seu maior papel foi como Johnny Storm(ou Tocha-Humana) nos filmes do Quarteto Fantástico. No papel de Steve Rogers, Evans teria finalmente uma chance de demonstrar do que ele é realmente capaz. A minha preocupação foi com o diretor Joe Johnston. Após o deplorável "Jurassic Park III"(Jurassic Park III, 2001), que ficou marcado em minha cabeça como um dos mais decepcionantes filmes que já vi, e do recente e brutal "O Lobisomem"(The Wolfman, 2010), me veio a cabeça que Johnston não era uma boa escolha para dirigir um longa do Capitão América. Ainda sim, coloquei mais fé neste filme do que em "Thor"(Thor, 2011) e "X-Men: Primeira Classe"(X-Men: First Class, 2011). E creio que todos nós tivemos nossa fé recompensada com esse longa! "Capitão América: O Primeiro Vingador"(Captain America: The First Avenger, 2011) nos entrega não só uma adaptação digna como também uma ótima aventura ao maior estilo Steven Spielberg, com certeza o blockbuster de ação mais empolgante do ano até então e o melhor filme da Marvel Studios, superando de longe "Thor" e empatando com "X-Men: Primeira Classe". O filme conta a história de Steve Rogers(Chris Evans, que faz uma ótima atuação aqui), um garoto franzino do Brooklyn que tem como sonho ir para o exército e servir sua pátria. Devido a seu porte físico e seu histórico de doenças como asma, Rogers é reprovado cinco vezes seguidas, porém o doutor Abraham Erskine(Stanley Tucci) vê no rapaz as características ideais para um bom soldado. Tendo sua primeira chance, Rogers serve de cobaia para o teste do soro do Supersoldado, desenvolvido por Erskine, para combater a Hydra; Uma divisão de pesquisas científicas dos Nazistas. Seu líder, Johann Schmidt(Hugo Weaving), ou Caveira Vermelha, é ambicioso e acredita estar seguindo os passos dos deuses. A experiência com Rogers dá certo, e este então assume a alcunha de Capitão América. Tommy Lee Jones interpreta o General Chester Phillips e faz parte do leve e bem aplicado humor do filme. Hayley Atwell é Peggy Carter, interesse amoroso de Rogers no filme. A relação entre Steve Rogers e Peggy Carter é bem construída e a química entre Evans e Atwell acontece de maneira natural e convincente. Os dois personagens parecem, desde seu primeiro encontro no filme, estarem fadados a ficarem juntos. Hugo Weaving não desaponta, o ator nos entrega um Caveira Vermelho megalomaníaco, estiloso e sedento por poder, um típico vilão dos quadrinhos representado por este ótimo ator de Hollywood que todos nós sabemos que já leva jeito para ser vilão. A trilha sonora, a lá John Williams, é muito boa e acrescenta aquele tom essencial ao patriotismo do herói. A fotografia é ótima e chega a lembrar um pouco a de blockbusters como "X-Men - Origens: Wolverine"(X-Men Origins: Wolverine. 2009) e "O Lobisomem"(The Wolfman, 2010), também dirigido por Johnston. A mixagem de som aqui é muito boa e chama mais a atenção em momentos como os em que o Capitão arremessa o seu escudo ou golpeia usando o mesmo. Joe Johnston surpreende e faz uma ótima direção com este longa. Uma das coisas mais atrativas quanto ao filme é que raramente temos filmes de época com ação de verdade, mas este consegue unir a ação, o épico e a ficção de uma forma extremamente empolgante. Capitão América tem de tudo para se tornar uma franquia solo arrebatadora com o mesmo sucesso(ou até mais) de Homem-Aranha, apesar do filme nos ligar diretamente à "Os Vingadores"(The Avengers, 2012), que segue com o status de filme mais esperado de 2012. O único ponto ruim é que mesmo que Capitão América venha a se tornar uma franquia solo, ela vai se passar na atualidade a partir de agora, e um dos pontos mais positivos deste longa é a época que o mesmo retrata. O confronto entre o Capitão América e o Caveira Vermelha é digno de um confronto clássico entre o herói e o vilão, e a conclusão, envolvendo Rogers e Carter, é comovente. O pai de Tony Stark, Howard Stark(Dominic Cooper) aparece bastante e também complementa o humor leve do filme. Os personagens são todos muito bem trabalhados e essenciais para o melhor desenvolvimento da trama, incluindo suas perdas. Os efeitos especiais estão impecáveis e as cenas de ação são empolgantes ao máximo. O 3D é bem utilizado, mas não surpreende. As cenas em que os efeitos 3D são melhor utilizados são as que o Capitão arremessa seu escudo, e aliás, cada arremesso do Capitão é um marco e um déjà-vu dos clássicos momentos da HQ, das séries e longas animados em que o Capitão o faz, mesmo para alguém que não tenha acompanhado o herói tão de perto. Temos aqui conexões direta com "Thor"(Preste bem a atenção e você verá Asgard em uma cena) e "Homem de Ferro", que colocam o filme na direção certa para "Os Vingadores".
Conclusão Final: "Capitão América: O Primeiro Vingador"(Captain America: The First Avenger, 2011) é o último filme da Marvel antes do primeiro Mega Crossover dos cinemas, "Os Vingadores", e o longa faz muito mais do que nos preparar para o que vem à seguir. Um filme divertidíssimo com muita ação, patriotismo, a dose certa de humor e romance que nos faz criar um grande afeto por esse personagem extremamente bem estruturado no longa e nos faz também desejar mais filmes estrelados por ele. Recomendado! Ah, quase esqueço de avisar: Não saia do cinema até os créditos acabarem, por nada neste mundo!

Nota: 9,5

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