12.7.11

Crítica - Predadores

PREDADORES
Robert Rodriguez não tem filmes ruins em seu histórico, e essa lista de ótimos filmes é complementada agora pelo melhor de todos: PREDADORES! Rodriguez e Nimród Antal fazem uma magnífica obra prima e trazem de volta o bom e velho Predador(ou Predadores) na sua melhor forma!

Royce e Isabelle. Se você precisa de uma desculpa pra sair de casa e ir ao cinema assistir “Predadores”, com certeza terá muitas, mas a principal é essa: Royce e Isabelle.
Como um bom protagonista deve ser, Royce rouba a cena à todo momento com a brilhante atuação de Adrien Brody, e com a personagem de Alice Braga, Isabelle, sempre ao seu lado, o filme fica muito mais interessante, tenso e emocionante. Mas antes de falar dos dois protagonistas, vamos falar do resto do filme.
Robert Rodriguez prometeu um filme tenso e com muito sangue, e com certeza é isso que vemos no cinema. O filme já começa com um momento tenso: Royce acorda repentinamente, e quando se dá conta, está em queda livre, e luta muito para conseguir abrir seu pára-quedas. Assim como o filme começa tenso, também começa mostrando o quanto a trilha sonora relembra à do primeiro filme. Aí vem o segundo personagem à cair: Cuchillo, o traficante mexicano interpretado por Danny Trejo. Os próximos à aparecer são Nikolai e Isabelle. A atriz Alice Braga curiosamente refere-se à Amazônia ao falar com o “trio dinamite”. Agora, vem os próximos três personagens: Stans, Mombasa e o atrapalhado médico Edwin(Que revela não ser tão atrapalhado assim, no final das contas.)

O fato é que todos os atores no filme são muito competentes, e além da tensão, o filme revela também algumas cenas legais de humor. Agora, Royce tem uma tarefa pela frente: Liderar um grupo de assassinos, e isso ele realmente NÃO quer fazer. O filme faz várias referências e homenagens ao filme de 1987, uma das primeiras delas é Mombasa(Cujo o nome do ator eu realmente não pretendo escrever) pressentindo a presença de mais alguém, como Billy no filme de 87. Mas, quem realmente se assemelha à Billy neste filme é Hanzo, personagem de Louiz Ozawa. O membro da Yakuza é muito mais silencioso que Billy, mas o modo como age lembra bastante o personagem “índio” do primeiro filme.

Os cães Predadores são os primeiros à atacar o grupo, e agora Royce mostra sua primeira cena de efeito: Guarda sua arma e desafia o cão Predador com uma... Faca.

Vamos agora conhecer os Predadores: O primeiro à aparecer é o nosso querido Predador Clássico, crucificado num totem como já mostrado no primeiro featurette. Tomei um susto e ao mesmo tempo ri com o seu despertar quando Nikolai chega perto com sua Gatling Gun. E agora se apresentam os novos Predadores: Berserker(Ou Mr. Black), Falconer e Flusher. Por ora, invisíveis, os Predadores atacam o pequeno grupo.

Schwarzenegger não é o único à cair de uma cachoeira fugindo de um alienígena assassino, lá vão os personagens do novo filme dar um mergulho! Agora, se revela o falcão mecânico do Predador Falconer, observando os sobreviventes na água. Eu não esperava exatamente uma máquina, pensei que seria realmente um falcão alienígena, mas o fato do Falconer ter a habilidade especial de vigiar os sobreviventes de longe com seu falcão mecânico é bem interessante.

E agora, a confirmação do que já era óbvio: Predadores NÃO é um remake. Isabelle conta a todos a história de Dutch na Guatemala, no filme de 87, que o major relatou após ter sobrevivido àquilo.
Agora, falemos dos personagens, todos eles são muito bem desenvolvidos e bem envolventes na trama. Comecemos por Stans, personagem de Walton Goggins. Ele chegou à me lembrar o personagem Pvt. Hudson de “Aliens”, é o tipo “desesperado mas não estúpido.” É interessante o modo como as circunstâncias forçam os personagens à se unirem, Stans e Mombasa, que começam travando uma briga intensa, são obrigados à se unirem pra sobreviver aos horrores do planeta. Nikolai e Edwin criam uma espécie de amizade, o que é interessante, fazer aliados para poder sobreviver naquela situação. Nikolai é um personagem que apesar da aparência durona com sua Gatling Gun, é sentimental. Ele salva Edwin do perigo mas acaba que essa não foi uma atitude muito boa. Hanzo quase não tem falas, mas é um personagem interessante por seu modo de agir e sua personalidade silenciosa. O que me entristeceu em relação ao filme foi a pouca participação de Danny Trejo e Laurence Fishburne, mas ainda sim, são dois personagens fantásticos e cômicos(Principalmente o de Fishburne, que com uma atuação brilhante, se torna interessante e muito importante). Isabelle é talvez a personagem mais sensível do filme, outra coisa que acaba não sendo tão bom para ela. Enfim: Royce. O personagem de Adrien Brody é quase sem sentimentos, é interessante o modo como ele age do tipo “Ele já era, deixa ele aí e vamos embora”. E também é interessante sua determinação, ele sabe exatamente o que quer. É tipo, “Eu vou matar todos eles e foda-se se vocês não concordam”.
Mas o que todos devem se perguntar ao ver o filme é: “O que diabos um médico faz entre esse bando de assassinos?!”. Edwin, interpretado magnificamente por Topher Grace, parece ser o mais fraco, mais atrapalhado e mais inútil desde o início do filme(Se bem que Royce acha “uma maneira de ele ser útil”). Esse é o ponto interessante do personagem; Ele finge, manipula e então, dá o bote. O que isso significa?Não quero dar muitos spoilers, mas é um dos personagens que mais me chamou a atenção desde o featurette lançado sobre ele.

A trilha sonora é muito boa, John Debney realmente fez um ótimo trabalho acrescentando suas leves “batidinhas de rock” junto à música orquestrada, que em todos os momentos lembra o filme original. Me emocionou ver o Predador Clássico colocando seu elmo com o tema original do Predador tocando ao fundo com as batidas de rock acrescentadas.

Há uma porção de inovações no filme, as visões dos Predadores são uma das mais interessantes. Infelizmente, alguns poucos efeitos especiais deixaram à desejar, mas isso é compensado por tudo que há no filme.

Me chamou a atenção o modo como Royce usa a visão infra-vermelha do Predador em seu favor. Isabelle e Royce acabam tendo no final, um confronto emocionante com o Berserker, que deixa você pensando a todo momento “Putz, será que vai morrer?!”.

Conclusão final: Recheado de ação, Predadores muito legais e interessantes, personagens extremamente bem trabalhados, tensão à todo momento e também vários mistérios, “Predadores” não se torna apenas o melhor da franquia, como também o melhor de Robert Rodriguez. Alguns efeitos especiais deixaram à desejar sim, mas, isso é compensado com brilhantes atuações, bons diálogos, referências ao primeiro longa, um suspense digno da franquia, cenas de ação intensas e muito mais.

Nota final: 8,5

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