26.12.11

BATMAN: CAVALEIRO DAS TREVAS! Segunda parte da análise da melhor HQ do Morcego.



Segunda parte da análise da série de Frank Miller, que trouxe o Morcego novamente ao posto mais alto. Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight Returns) é considerada por muitos a melhor história do Cruzado de Capa, por outros a segunda melhor, sempre numa rivalidade extrema com outro clássico indiscutível chamado “Ano Um”. Cavaleiro das Trevas nos apresenta um Batman envelhecido, e fora de sua forma física ideal, mas que mantém o mesmo objetivo de seu juramento aos oito anos de idade: a justiça. Complementando ao roteiro, a arte pontual de Klaus Janson não decepciona, e assim como Mazuchelli em "Ano Um", consegue nos fazer "sentir" a cidade de Gotham, como se ela fosse de fato uma criatura viva gritando por ajuda. O texto a seguir contém spoilers.

Parte 1: " http://blasterlizard.blogspot.com/2011/12/batman-cavaleiro-das-trevas-analise-da.html "
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Carrie Kelly, a nova Robin!
O segundo capítulo inicia com uma transmissão de noticiário. Toda a saga conta com um acompanhamento da mídia, este bem elaborado, em pontos chave a história. O sistema judicial de Gotham declara que um vigilante mascarado não é necessário, e além, é uma MÁ influência para as crianças. Batman não é o que Gotham precisa, mas o que Gotham merece. “Não se sabe quais as obras do Batman, e quem ele inspirou”. Por mais que a cidade estivesse mergulhada no caos, havia um controle da população, e um padrão. A policia fazia sua parte, como fosse possível. A presença do Batman cria um sistema anárquico, uma vez que o próprio Cruzado de Capa age por conta própria e ignora as leis criadas pela sociedade. Porém, o controle parece mesmo ter desaparecido, e a anarquia é apenas sobrepujada pelo medo. Gordon é chamado de cachorro em rede municipal por revidar contra um assaltante armado. Ele tinha dezessete anos, e a culpa, o clamor por justiça cai sobre os ombros do comissário. É citado que não se sabe quem o retorno do Batman influenciará, quando na verdade a principal influência apresentada na série já ocorreu: Carrie, a jovem da primeira HQ, veste-se de Robin e encoraja-se a ajudar o Morcego a combater o crime na cidade. Ela é inexperiente, e já é adiantado que suas ações durante a série nem de longe lembrarão as grandes fases de Dick Grayson ou Tim Drake, mas, ela cumpre o papel que lhe é dado: ser a escudeira.

Batman atira contra um criminoso e salva um bebê em seguida.
Batman segue brutal. Suas sequencias de ação estão muito mais intensas nessa HQ. Pistas o levam à um golpe aplicado pelos Mutantes, ao assaltar um apartamento. Lá, não é possível ver Bruce nem ao menos pestanejar no momento onde viu que puxar um gatilho resolveria o problema. A troca de vidas, no caso, a de um criminoso pela de uma criança poderia ser realizada sem problemas; ao menos é a sensação que temos ao ver a cena. De todas as formas é realmente chocante presenciar o Cruzado empunhando uma metralhadora. “Um vigilante monstruoso e sem piedade”, assim Batman é descrito na mídia. Seu retorno aparentemente parece trazer mais mal do que bem, uma vez que a própria sociedade não mais o apóia. Dez anos atrás, mesmo que de um modo conturbado, as pessoas viam Batman como parte da cidade. Em suas palavras, “eu sou Gotham City”, e nas palavras de seu povo, “um monstro”. O fato é que, nessa série vemos o Batman agir como um monstro sem piedade, principalmente na seguinte cena de interrogatório. Mas... é mesmo necessário ter piedade com um assassino que mataria um inocente sem ao menos pensar numa segunda opção? Os direitos humanos valem até mesmo para quem não demonstra o menor traço de humanidade? Carrie entra em ação pela primeira vez ao impedir um assalto. Ela é inexperiente, e essa evidência é clara. A cena muda, e páginas depois, Batman segue rumo ao líder dos Mutantes. Essa cena também trás uma certa nostalgia nos dias atuais, por dois motivos. O primeiro é que Bruce lembra de Dick, e que ele quem deu o nome de “Batmóvel” ao clássico veículo. O segundo, perceptível apenas aos que assistiram “Batman Begins”, é que essa versão do Batmóvel que inspirou o Tumbler. É citado que a fuselagem modificada do veículo seria atravessada apenas por algo “de outro mundo”, numa clara referência à um certo Homem de Aço.

O líder Mutante
Finalmente, o primeiro ponto fraco da HQ. O líder dos Mutantes teve um lado muito positivo, e outro muito negativo. O positivo funciona apenas se Frank Miller tiver pensado filosóficamente ao criá-lo. O cara mora no lixão, e isso representaria um panorama reverso a Wayne, homem mais rico da cidade. O negativo é que, ele é apenas músculos. Não tem controle direto sobre seus capangas, não é estratégico... na primeira vista, para apenas um personagem jogado ao acaso para causar impacto, como se ele representasse a podridão em que Gotham estava imersa. Ele é repugnante, e realmente é nojento querer imaginar como seria sua aparência num live action, o fedor exalado quando se chega perto.  O que costuma sobrar em covardia nos vilões, transborda em honra e coragem nos heróis. E dessa forma, Batman deixa sua carruagem negra e parte para um combate direto. Bastaria esmaga-lo com o Tumbler e todos os problemas seriam resolvidos. Temos a introdução de um monólogo desde o início da cena, onde Bruce aparentemente conversa com Dick, em sua mente. Como uma lembrança dos princípios que ambos juraram proteger. O terror que o Líder Mutante trouxe a Gotham pode ser comparado à Anarquia do Morcego. Ele é traduzido como um mal não-humano, como algo além do que já sonharam. Como citado antes, o Mutante é “apenas músculos”, mas, são músculos demais. A perda de aptidão por conta da idade é sentida com força nessa sequencia. Vemos Batman ser derrotado, caindo diante do oponente literalmente sujo. Seus golpes não tem a precisão de outrora, e não são o suficiente para encarar alguém no ápice físico. Nota-se que um Robin faz falta, e muita. Aliás, esse é um dos grandes pontos da HQ. Carrie Kelly, a jovem que inspirada no Batman veste-se de Robin e combate assaltos segue o rastro de Bruce, e à espreita, ataca o Mutante antes que o golpe final pudesse ser realizado. “Você tem sorte que eu esteja sempre por perto para salvar a sua pele”, a frase clássica de Dick é repetida na mente de Bruce enquanto Kelly o salva. Uma granada de gás lacrimogêneo depois, e a tempestade se acalma. Com o auxilio de Alfred, a nova Robin leva Bruce ao Tumbler, e seguem à Batcaverna. Os Mutantes pareciam ser a tempestade sobre Gotham, quando na verdade eram apenas a primeira brisa, à quilômetros do olho do furacão. Uma página externa ao combate com os Mutantes nos dá pistas incrédulas, e a sensação de que as coisas apenas piorarão para o Homem-Morcego. 
" O inimigo agora é outro. "
Seu tratamento rápido com Alfred é realizado, e agora Bruce se vê obrigado a usar um exoesqueleto reforçado abaixo do uniforme, ajudando na sustentação do corpo e na precisão ao golpear. O líder Mutante foi preso e enjaulado, porém, como um bom vilão, escapa e volta ao seu lar. Essa parte não necessita de muitos detalhes, apenas a eminência de que o Morcego terá sua revanche. Ela chega na noite seguinte, e de uma forma extremamente brutal. O Batman contido do ultimo confronto desaparece, e a luta não chega a ser disputada. Sequencias rápidas de golpes extremamente pesados, e o Mutante cai sem delongas. O grande impacto do fim dessa luta vem pela conseqüência. Grande parte dos seguidores, membros dos Mutantes, curvam-se ao Batman. É iniciado o exército dos "Filhos do Morcego".



“ Os Mutantes estão mortos, e essa é a marca do futuro. Gotham é a cidade do Batman. ”

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Parte 3: Em breve.

3 comentários:

  1. Excelente!
    Adoro o Batman e pelo seu post eu acabei vendo coisas que eu nem sabia. E olha que eu me achava entendedora do personagem haha.
    Continue o bom trabalho! ;*

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  2. Arrasou na análise!

    Passou bem o clima da HQ. Foi exatamente esse contexto que você passou, Ninja.

    Só pra não perder a viajem! Quem adorou a Cavaleiro das Trevas, Fique longe da continuação meia-boca. Não tem nada de importante e nem chega aos pés da original (palavras de um bat-fã-maniaco-por quadrinhos).

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