29.7.12

Sniper Elite V2: Mais arte e menos guerra.


A Rebellion decidiu não dar sequência a série Sniper Elite, reiniciando a franquia com o lançamento "Sniper Elite V2" para Xbox 360, PS3 e PC. O jogo trata-se de um remake, abragendo a mesma história e mesmos pontos principais do antecessor lançado em 2006. O personagem principal é o oficial OSS Kalr Fairburne, enviado para Berlin em 1945 durante o fim da Segunda Guerra Mundial.  Esse cenário referencia a "Operation Paperclip" e sua sucessão "Op. Overcast", sendo este o plano criado pelos Estados Unidos para recrutar cientistas da Alemanha Nazista. Fairburne recebe e cumpre suas missões enfrentando tanto operativos nazistas quanto soviéticos envolvidos com o desenvolvimento do míssil balistico V-2.
Não falarei mais sobre a história do jogo, a considerar que isso cabe ao jogador em si descobrir ao longo de sua aventura pessoal. Sendo assim, vamos ao gameplay. O modo campanha começa com uma missão tutorial, onde o jogador é apresentado aos recursos básicos que possuirá nos cenários seguintes. Nesse tutorial, a missão é assassinar um general alemão que pretende derrotar os soviéticos. O sistema de movimentação, obstáculos (subir em locais mais altos, passar por muretas), tiro (com todas as armas), explosivos e distração são introduzidos no gameplay, passo-a-passo. Particularmente, esse tutorial acaba bastante desnecessário, a considerar que sempre há uma indicação do que se fazer durante cada espaço dos cenários.
Dessa vez, comecemos pela parte negativa do jogo. A premissa era de que o jogo contasse com onze missões, e a primeira é desperdiçada com um tutorial desanimador. Mas, acalmem-se, as aventuras seguintes tem potencial para compensar esse primeiro pontapé. A Rebellion lançou a informação de que as missões seriam "interativas", permitindo ao jogador realizá-las de qualquer forma. Senhoras e senhores, eu discordo. As missões são realizadas pelo sistema fatídico do "indicador", onde um ponto no cenário aponta para onde ir. Francamento, acho que a adição de um mapa e a necessidade de exploração do cenário caberiam muito melhor na proposta da Rebellion. Ademas, existem duas formas de se realizar uma missão: sendo furtivo e preciso, ou "tocando o terror" fuzilando todos os inimigos que sua munição suportar. Não que isso seja ruim, aliás, é o básico de qualquer jogo hoje nos dias de hoje, e a Rebellion simplesmente fez disso uma propaganda maestral.

A jogabilidade em si não é das melhores inicialmente. Acho que isso se enquadra numa opinião pessoalmente minha, mas acho frustrante ter de jogar com comandos sensiveis em demasia, que atrapalham todo o sistema de mira e "furtividade". Conforme você joga, você se adapta. Para mim que comecei a jogar "SE V2" logo após Max Payne 3, a diferença foi brusca. O jogo tem potencial para ser genial, mas não desenvolve esses recursos. Não existe exploração do cenário (algo infelizmente comum em muitos jogos... cenários soberbos e apenas uma linha reta para seguir), que por sua vez, fora desenhado com um punho artistico perfeito - você se sente em Berlim, na segunda guerra. Entretanto, a repetitividade nas missões iniciais acaba por prejudicar mais ainda esse que poderia ser um jogo memorável de guerra. As primeiras missões, após muitas voltas, se limitam a plantar bombas em determinados locais onde comboios rivais passariam, e explodi-los no tempo certo. E, nada de detonadores... ao invés de se esconder e esperar o momento certo, Karl prefere "simplesmente"  confrontar um pequeno exército, chegar num ponto alto do cenário e atirar nos explosivos... Por sinal, o último ponto ruim do jogo refere-se a esse "pequeno exército" que o jogador enfrenta. A inteligência artificial dos inimigos é simplesmente horrível. Enquanto estão longe e você usa o rifle Sniper, não há problemas, mas quando os inimigos se aproximam para um ataque frontal, você se depara com situações bizarras. Além da desordem do exército, em alguns momentos eles não sabem o que fazer, e esperam uma reação do jogador para atirar, ou passam direto por Karl para voltar após um tour pelo cenário. Um ponto fraquissimo do jogo, e em comparação a Max Payne os paramilitares brasileiros fazem os nazistas parecerem crianças.
Agora, o lado bom de Sniper Elite V2. Em primeiro lugar: as virtudes compensam os problemas? Talvez. Como sugere o nome, o jogo dá total prioridade ao rifle de longo alcance - preterindo outras armas, que possuem um sistema sofrível de mira. Esse é o ponto alto do jogo. Sempre gostei desse tipo de arma em jogos, desde minha primeira experiência no "ramo" no multiplayer de Syphon Filter 2.  O melhor modo de limpar o cenário é justamente encontrar um ponto alto e eliminar o maior número de alvos possíveis. Nisso o jogo funciona, e, nossa, COMO funciona. Esse é, provavelmente, o jogo com melhor utilização do sniper rifle, pois coloca situações reais do ambiente na aventura. Simples, o vento, a distância e o ângulo do disparo entram em questão. Conforme a dificuldade selecionada, todos esses fatores interferem no disparo, e isso é simplesmente incrível. Para jogar Sniper Elite, você precisa ter paciência e buscar tiros perfeitos sem se expor. Por que? Simplesmente, porque um dos maiores trunfos desse lançamento é o "X-Ray Kill Cam", que em tiros de longa distância mostra a trajetória do projétil e seu impacto no corpo do alvo, justamente numa dinâmica de raio-x, mostrando os danos nos tecidos e ossos.
Outro ponto muito positivo é o sistema de distração. Karl joga pedras em lugares demarcados, chamando a atenção dos inimigos de um determinado local. Essa distração pode fornecer segundos preciosos para um ataque brutal. A qualidade do cenário e dos gráficos é excelente. Pode-se reclamar de muitas coisas, menos do capricho que a Rebellion teve com o aspecto visual.
Encerrando a maré de elogios, Karl não é um agente que preza a agilidade. Sim, em certos momentos é necessário correr e encontrar barricadas em lugares distantes, mas o tempo de sprint é limitado. O franco-atirador passa um ar muito grande de imponência, e essa mensagem fica visível no jogo. Karl não é um "James Bond" ou o "Batman", e considerando isso como justificativa, as fraquezas no combate próximo aos inimigos podem ser amenizadas.

Conclusão

Sniper Elite V2 é um jogo satisfatório e divertido, com seus erros e acertos. Karl não é um personagem memorável, não recebe uma atenção que permita uma identificação com o jogador. No fim das contas, esse título apresenta detalhes que superam em muito diversos jogos com a mesma temática. O método de distração e uso das interferências do ambiente externo durante os disparos é uma inovação muito bem-vinda. Se você for pelo título e procurar um jogo focado em viver um franco-atirador, esse é o seu jogo. Se busca um jogo de guerra, com combates épicos, adrenalina e tiroteios densos, dê meia volta. Agora, Sniper Elite V2 não está no roll dos jogos dignos do prêmio de "Game of The Year", mas certamente suas sequências resolverão os problemas nítidos nesse lançamento... ou pelo menos assim espero.

Nota: 6,5

6 comentários:

  1. Quem foi o sincero imbecil que fez essa horrivel analise? pqp!

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    1. Caro ShatsuDemon,

      Gostamos muito do fato de você ter comentado uma crítica aqui, dizendo que não gostou da análise.

      Peço somente que, por gentileza não ofenda os críticos pois acreditamos que precisamos fazer o melhor para vocês e, com respostas como essas, perdemos toda a vontade.

      Que isso não se repita. Obrigado
      TheRockkyLee, vice-diretor da Blaster Lizard

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    2. Mas e a arte de trollar, soldado soviético? :l

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    3. Haha! Creio que quando fazemos nossas críticas, procuramos alguém que vá lelas com o intuito de se informar e não de trollar. Bem, em minha humilde opinião, estou cagando e andando para trolladores. Nossas vidas e nosso trabalho não dependem deles. A propósito Leão, belíssima análise! Continue assim, frio e cru em suas opiniões! Adorei.

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  2. infelizmente concordo com shatsu acho q dar uma nota 6,5 para um jogo nota 8 nao foi ter explorado o jogo corretamente

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    1. Eu também daria uma nota maior, mas ainda sim devemos tratar todos com respeito. Creio que devemos compartilhar nossas opiniões sem querer se sobressair na opinião de terceiros.

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