" [...] Max Payne 3 é um jogo de ação firme e convincente envolvido no detalhe da produção sumptuosa, corajosa e encantadora que é a marca Rockstar. "
- New York Times
Max Payne é uma série de sucesso, construiu seu legado nas plataformas da geração passada, e em 2012 chega ao seu terceiro capítulo com força total para Xbox 360, PS3 e PC. O terceiro jogo da série é o primeiro se passando fora de Nova York, tomando como cenário principal a cidade de São Paulo, maior metrópole da América Latina. Max está mais velho, e chegou na casa dos cinquenta anos, sendo esse um fator determinante para a jogabilidade do game em questão.
- New York Times
Max Payne é uma série de sucesso, construiu seu legado nas plataformas da geração passada, e em 2012 chega ao seu terceiro capítulo com força total para Xbox 360, PS3 e PC. O terceiro jogo da série é o primeiro se passando fora de Nova York, tomando como cenário principal a cidade de São Paulo, maior metrópole da América Latina. Max está mais velho, e chegou na casa dos cinquenta anos, sendo esse um fator determinante para a jogabilidade do game em questão.
Max foi contratado por Rodrigo Branco para trabalhar como segurança pessoal da família. Rodrigo é um empresário que fez sua fortuna no setor imobiliário, e diante das adversidades de eventos atuais, convocou o ex-policial de Nova York. Rodrigo possui dois irmãos, Victor, o do meio (deputado federal do estado de São Paulo) e Marcelo (o mais jovem, mais imaturo), e uma esposa, Fabiana. Para isso, ele foi contatado através do intermédio de Raul Passos, que diz ter passado pela academia policial junto de Max anos atrás. Raul se torna o mais próximo de um "amigo" que Max possui ao longo do jogo, sendo ele a lutar ao lado do jogador por diversos momentos da aventura. Passos encontra Payne num bar de Nova Jersey, onde o ex-policial passa seus dias e noites bêbado. Oito anos passaram desde o segundo jogo da franquia, e Max não é nem uma sombra do homem que era antes. Nessa mesma noite, Max fora atormentado por Tony De Marco, filho de um poderoso lider de uma família mafiosa. Tony é executado friamente por Max, que recebe a ajuda de Raul para fugir e se refugiar. Essa etapa da história é contada em alguns dos diversos flashbacks que o jogo contém, onde Max relembra momentos passados e "peças" que se encaixariam no quebra-cabeças que sua vida se tornou.
Em São Paulo, o que parecia um trabalho simples torna-se dificultoso, e logo no começo do gameplay o jogador precisa confrontar um grupo criminal que se infiltra no edifício residencial dos Branco e sequestra alguns membros da família (precisamente a esposa de Rodrigo e outros personagens inicialmente "menores", mas que crescem de acordo com a tomada da história). O que vem a seguir se traduz com uma mistura de duplas identidades e xadrez, onde o jogador descobre pouco a pouco que nada é o que parece. Falar mais do que isso se classifica como spoiler, e estragará as surpresas eminentes.
De início o jogador repara em detalhes físicos pessoais de Max: ele está com cinquenta anos, e como todos nós, é um escravo da idade. Ele não é mais tão ágil, e isso é evidenciado em sua locomoção por entre os diversos cenários. A jogabilidade é excelente, e apresenta um realismo pontual em relação à idade do personagem. O movimento especial "bullet time" permanece na franquia, com certos melhoramentos. Além do efeito clássico, onde o tempo passa mais devagar permitindo a melhor execução da mira, surge a nova funcionalidade de "retornar dos mortos", ativada quando Max recebe um tiro letal e ainda possui ao menos um analgésico (isso, nada de kit médico); é possível evitar a morte ao matar seu executor enquanto a barra que corresponde ao bullet time não esgotar. O jogo é brutal, e os efeitos dos disparos estão excelentes. É bom ver jogos onde tiros na perna derrubam o inimigo, por exemplo. O sentido de realismo é muito bom, e o estrago causado por cada arma do imenso arsenal disponível no jogo é quase artístico, embora não existam multilações (exceto em algumas cutscenes, onde a brutalidade reina). É possível avançar de duas formas, a depender da sua caracteristica ao jogar, sendo estes utilizando barricadas e cobertura para encontrar o momento ideal de atirar e emergir, ou servir-se do bullet time e avançar com toda o espirito suicida possível.
O modo multiplayer é composto pela criação de clãs e aventuras em mapas dinâmicos, recomendado para jogadores experientes.
Os cenários correspondem principalmente à cidade de São Paulo, e diga-se de passagem, estão magníficos. A Rockstar buscou uma união sincrônica entre a cidade real e os pontos fictícios criados para a não-exposição de organizações, localidades, times de futebol e até mesmo políticos. Vale a pena perder alguns minutos da primeira missão (passada no terraço do edifício de Rodrigo Branco) para olhar a paisagem e o conceito moderno da cidade. Dentro de São Paulo, surgirão missões no edifício das Empresas Branco, no estádio do time "Galatians", na favela da "Nova Esperança" e em outras localidades que ficam a critério do jogador descobrir por sua conta; apenas digo, a Rockstar caprichou muito em cada um desses cenários. Além de São Paulo, o jogador verá como segundo maior palco do jogo a cidade de Nova Jersey, onde Payne relembra de eventos ocorridos meses atrás, ao ser recrutado por Passos para trabalhar como segurança pessoal no Brasil. Além de Jersey, há uma breve passagem pelo Panamá, apresentado como uma terra sem leis e dominada pelo contrabando.
Os principais antagonistas caracterizam-se inicialmente pelo Comando Sombra, uma organização criminosa que realiza o sequestro citado acima. Porém, ao decorrer do jogo, Max descobre que eles são apenas uma pequena peça diante de um tabuleiro muito maior. A um determinado passo, é tida a perfeita noção de que os vilões não são simples criminosos, mas sim terroristas, tão bem ou melhor preparados do que os grupos apresentados em outras franquias. A Rockstar trouxe Max Payne ao Brasil, e mostrou o país tupiniquim através de uma cidade com suas belezas e virtudes, mas assolada por criminosos sem coração, sem alma. Convenhamos, esse é o nosso país.
Em São Paulo, o que parecia um trabalho simples torna-se dificultoso, e logo no começo do gameplay o jogador precisa confrontar um grupo criminal que se infiltra no edifício residencial dos Branco e sequestra alguns membros da família (precisamente a esposa de Rodrigo e outros personagens inicialmente "menores", mas que crescem de acordo com a tomada da história). O que vem a seguir se traduz com uma mistura de duplas identidades e xadrez, onde o jogador descobre pouco a pouco que nada é o que parece. Falar mais do que isso se classifica como spoiler, e estragará as surpresas eminentes.
De início o jogador repara em detalhes físicos pessoais de Max: ele está com cinquenta anos, e como todos nós, é um escravo da idade. Ele não é mais tão ágil, e isso é evidenciado em sua locomoção por entre os diversos cenários. A jogabilidade é excelente, e apresenta um realismo pontual em relação à idade do personagem. O movimento especial "bullet time" permanece na franquia, com certos melhoramentos. Além do efeito clássico, onde o tempo passa mais devagar permitindo a melhor execução da mira, surge a nova funcionalidade de "retornar dos mortos", ativada quando Max recebe um tiro letal e ainda possui ao menos um analgésico (isso, nada de kit médico); é possível evitar a morte ao matar seu executor enquanto a barra que corresponde ao bullet time não esgotar. O jogo é brutal, e os efeitos dos disparos estão excelentes. É bom ver jogos onde tiros na perna derrubam o inimigo, por exemplo. O sentido de realismo é muito bom, e o estrago causado por cada arma do imenso arsenal disponível no jogo é quase artístico, embora não existam multilações (exceto em algumas cutscenes, onde a brutalidade reina). É possível avançar de duas formas, a depender da sua caracteristica ao jogar, sendo estes utilizando barricadas e cobertura para encontrar o momento ideal de atirar e emergir, ou servir-se do bullet time e avançar com toda o espirito suicida possível.
O modo multiplayer é composto pela criação de clãs e aventuras em mapas dinâmicos, recomendado para jogadores experientes.
Os cenários correspondem principalmente à cidade de São Paulo, e diga-se de passagem, estão magníficos. A Rockstar buscou uma união sincrônica entre a cidade real e os pontos fictícios criados para a não-exposição de organizações, localidades, times de futebol e até mesmo políticos. Vale a pena perder alguns minutos da primeira missão (passada no terraço do edifício de Rodrigo Branco) para olhar a paisagem e o conceito moderno da cidade. Dentro de São Paulo, surgirão missões no edifício das Empresas Branco, no estádio do time "Galatians", na favela da "Nova Esperança" e em outras localidades que ficam a critério do jogador descobrir por sua conta; apenas digo, a Rockstar caprichou muito em cada um desses cenários. Além de São Paulo, o jogador verá como segundo maior palco do jogo a cidade de Nova Jersey, onde Payne relembra de eventos ocorridos meses atrás, ao ser recrutado por Passos para trabalhar como segurança pessoal no Brasil. Além de Jersey, há uma breve passagem pelo Panamá, apresentado como uma terra sem leis e dominada pelo contrabando.
Os principais antagonistas caracterizam-se inicialmente pelo Comando Sombra, uma organização criminosa que realiza o sequestro citado acima. Porém, ao decorrer do jogo, Max descobre que eles são apenas uma pequena peça diante de um tabuleiro muito maior. A um determinado passo, é tida a perfeita noção de que os vilões não são simples criminosos, mas sim terroristas, tão bem ou melhor preparados do que os grupos apresentados em outras franquias. A Rockstar trouxe Max Payne ao Brasil, e mostrou o país tupiniquim através de uma cidade com suas belezas e virtudes, mas assolada por criminosos sem coração, sem alma. Convenhamos, esse é o nosso país.
A melhor representação do BRASIL por uma franquia estrangeira?
Quando anunciou que o Brasil seria o palco principal do novo jogo da franquia Max Payne, a resposta imediata lançada por mim foi um sonoro "aham Claudia, senta lá". Felizmente, eu errei. O jogo tem seus defeitos, e vemos coisas que realmente não ocorrem no nosso território nacional da forma como são apresentadas pela Rockstar. Em contrapartida, é a maior proximidade do "correto" que eu já pude ver numa franquia não nacional. Bom, começando pelos pontos positivos, a dublagem foi feita de modo cuidadoso, não de um modo genérico como visto em "COD: Modern Warfare 2". Os diversos personagens da Família Branco possuem um trabalho de dublagem excepcional, e, é excelente ver uma franquia com divulgação no mundo todo apresentar brasileiros falando português. Achou isso estranho? Assista o famigerado episódio dos Simpsons onde eles visitam o Brasil, ou a origem da personagem "Fogo (Beatriz da Costa)" da DC Comics. Em ambos os exemplos, soa ridículo ver brasileiros falando apenas espanhol, dançando salsa e morando no meio do mato. Sim, a Floresta Amazônica e o remanescente da Mata Atlântica compõem duas das maiores zonas de vegetação do mundo, mas de forma alguma representam que o Brasil limita-se a reservas indígenas e zonas florestais. E eu nem falei do Blanka...
Após Eddy Gordo, da franquia Tekken (onde um brasileiro possui papel importante na série, inclusive derrotando um protagonista), Max Payne 3 é o game que melhor retrata o país. O Brasil de Max Payne é um Brasil de contrastes, onde o gameplay se passam em São Paulo e começa no edifício empresarial da milionária Família Branco, segue até o rio Tietê e ao coração da Favela da Nova Esperança. Quanto às organizações criminosas do jogo, o Comando Sombra e Crachá Preto, mostram que o crime no Brasil não é limitado a "capangas de beco", aliás, essas organizações se equiparam a muitas ameaças "gringas", paramilitares extretamente bem treinados. Não é só a CIA que enfrenta essas coisas... Literalmente, a organização que antagoniza o terceiro capítulo da franquia é caracterizada como um verdadeiro exército. O jogo não apresenta os moradores da favela da Nova Esperança como marginais, como "bandidos de quinta categoria", mas sim como escravos e subordinados ao tráfico, ao crime, ao medo.
Cultura? Dessa vez o Brasil não é feito em Carnaval e mulheres semi-nuas (semi?), mas temos citações sobre o turismo sexual que sim, existe e não é raro. A paixão pelo futebol é muito bem representada, seja pela citação do auxiliar de Max, Raul Passos, respondendo que "falar mal de futebol aqui é considerado blasfêmia". Os times apresentados no jogo são de teor fictício, sendo o "Galatians" o único com grande ênfase. Por que? O jogo está ligado a criminalidade, e nenhum time deixaria sua imagem ser vendida dessa forma. Além disso, qualquer clube que aparecesse no jogo teria de receber por direitos autorais que a Rockstar não estaria afim de pagar. Não há citações sobre religião (considerando que o Brasil é um país majoritariamente cristão). A música é fielmente representada, nas favelas pelo funk e rap (é possível ouvir músicas do Emicida em alguns trechos do jogo). Infelizmente, o funk faz parte da imagem ridiculamente vendida pelo Brasil, e torna-se impossível não ser remetido à vulgaridade com uma bagagem musical desse nível.
De pontos negativos, em geral, ouvi reclamações sobre o vocabulário dos personagens. Muitos palavrões... É. Mas, reclamar do que? Não, não digo que o Brasileiro é mal educado, mas as inspirações da Rockstar certamente foram os filmes que nós brasileiros elevamos num patamar extremo. O brasileiro em geral se orgulha de obras como "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite", e sim, são filmes que batem tranquilamente muitos estrangeiros. O lado ruim, é que ambos os filmes passam a mensagem de que o povo brasileiro não consegue iniciar e terminar um diálogo sem palavrões e ofensas. A única parte realmente "falsa", refere-se à hostilidade quanto a estrangeiros e turistas. A Rockstar errou demais nessa parte, pois sem maiores citações, basta ver os investimentos para a nossa amada Copa de 2014 para melhor atender aos turistas que passarão cerca de um mês aqui.
Bom, é isso. Max Payne 3 possui uma das melhores representações do Brasil, se bom ou ruim, é real. Não chega a ser hipocrisia, mas dizer que o Brasil "não é assim" é tapar o sol com a peneira. Provavelmente, esse episódio da franquia do policial de Nova York será lembrada por nós ao lado da excelente animação "Rio", do humor excelente do "Zé Carioca", e ao respeito de "Tekken".
Conclusão
Max Payne 3 foi recebido muito bem pelos sites especializados em games, e, convenhamos, todas as críticas positivas foram merecidas. O jogo possui suas falhas, seus maus momentos, mas mantém uma constância excelente. O enredo é envolvente, imprevisível em certos pontos. A jogabilidade compõe um conjunto de realismo pontual, e a aventura em si é indispensável. O envolvimento e o ritmo da aventura não decaem de acordo com as horas que se passam, ao contrário, a emoção e a qualidade da trama cresce a cada novo ato. Max Payne 3 certamente faz parte da linha de frente dos melhores jogos já lançados pela Rockstar Games.
Nota: 8,6
Nota: 8,6
Adorei a crítica: disse tudo o que eu disse e ainda complementou ainda mais! Parabéns Leão! Continue fazendo mais postagens pois as suas eu não perco por nada
ResponderExcluirSinceramente, não vi que já havia uma crítica de Max Payne. Felizmente, a minha análise complementa a tua e vice-versa, pois abordamos pontos diferentes do jogo.
ResponderExcluirGrato pelos elogios, e também acompanho os teus posts por aqui.