Em 1940, cerca de um ano após a primeira aparição de Batman em Detective Comics #27, a popularidade do personagem era visivelmente crescente. Com o intuito de abrandar o tom soturno das histórias do Homem-Morcego, e sobretudo criar um elo de aproximação dos jovens leitores com esse universo, foi introduzido um novo personagem: Dick Grayson – Robin, o Menino-Prodígio. O garoto, cujo passado (este, por sua vez, mais explorado em Batman - Vitória Sombria) em alguns pontos assemelha-se ao do próprio Bruce Wayne , logo tornou-se um dos mais icônicos personagens dentre os super-heróis, sendo representado não só nas HQs, como também em animações, filmes, produtos e na famosa série do Batman nos anos 60.
Mas tal como na vida real, os personagens das
histórias em quadrinhos passam por períodos de amadurecimento. Após ser baleado
pelo Coringa e em seguida ter alguns desentendimentos com Bruce, além de ocupar
o posto de líder do jovem time de heróis conhecidos como Titãs, Dick Grayson deixa o cargo de parceiro mirim do Batman,
posteriormente assumindo a identidade de Asa
Noturna. Assim, o Cavaleiro das Trevas mais uma vez passa a trabalhar
sozinho...
...Mas não por muito tempo. Em 1983, mais uma vez
sentiram a necessidade de um parceiro para o Batman no combate ao crime, e
então foi criado um novo personagem: Jason
Todd. Após a mega-saga Crise nas
Infinitas Terras, que renovou e modificou muitos conceitos no universo da
DC, a origem definitiva de Jason foi estabelecida: o menino, órfão morador de
rua, foi pego no flagrante tentando roubar os pneus do Batmóvel. Pouco tempo
depois, Batman decide adotá-lo e treiná-lo para o posto de Robin, uma vez que
via no garoto muita raiva e revolta que poderiam ser canalizadas para algo
positivo.
Contudo, o novo Robin não foi bem recebido pelos fãs,
sendo que muitos o viam como um simples substituto que não estava à altura do
Robin anterior. Com o passar do tempo, o personagem foi tornando-se visivelmente
mais agressivo e rebelde, chegando ao ponto de até ter assassinado um bandido (Batman #424), embora
nunca tenha ficado muito claro. Esses e outros motivos levaram a DC a fazer
algo inédito até então: criar uma enquete por telefone para os leitores
decidirem se Robin iria viver ou morrer.
O resultado foi apertado, 5343 votos a favor da morte e 5271
contra. O destino dele revelado no arco Morte em Família, publicada entre 1988 e
1989, escrito por Jim Starlin e
desenhado por Jim Amparo e Mike DeCarlo. Na história, Jason
descobre que sua mãe na verdade era sua madrasta, e parte em busca de sua mãe
biológica. Viajando ao mundo seguindo algumas pistas, com a ajuda de Batman,
acaba encontrando o que procurava. O que ele não esperava era que o Coringa
estaria envolvido num esquema de política internacional e terrorismo
relacionado inclusive à sua mãe, e que pouco depois estaria fadado a uma brutal
morte pelas mãos do Palhaço do Crime. Após o ponto alto da história, o ritmo
acaba caindo um pouco e, para o leitor, o plano do Coringa por trás de toda
trama é invariavelmente ofuscado pelo acontecimento. Ainda assim, é um marco
importantíssimo durante as décadas de existência do Homem-Morcego. A morte de
Robin teve profundas consequências na psique
de Batman, e é frequentemente resgatada em outras histórias, sendo mostrada
como um de seus maiores fracassos e traumas.
- Laís
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