10.9.12

"Resident Evil: Operation Raccoon City" traz uma boa alternativa para a série

Como Resident Evil 5: Retribuição e Resident Evil 6 tão chegando no barato, resolvi começar minhas críticas dos jogos da geração atual de RE, então, aí vai.

O BIELL DE BOTAS apresenta
RESIDENT EVIL: OPERATION RACCOON CITY



Na história de Resident Evil: Operation Raccoon City, um time de mercenários chamado Wolfpack é enviado para Raccoon City durante o início da epidemia zumbi na cidade para limpar a merda da Umbrella Corporation. Ou seja: destruir arquivos, matar gente, eliminar qualquer material que possa ligar a Umbrella ao desastre que assola a cidade.

A história tem um enorme potencial e o grupo Wolfpack é composto por bons personagens, sendo Vector o meu preferido deles, e as missões impõe situações muitas vezes criativas, e algumas vezes genéricas. A missão em que você tem que derrotar o Nemesis para implantar-lhe um parasita que o programará para matar os S.T.A.R.S, por exemplo, é só um jogo de paciência de se esconder, atirar no Boss e tomar cuidado com os zumbis em volta. Pois, tudo que o Nemesis faz é atirar com sua metralhadora giratória; ele não corre pra cima de você como em Resident Evil 3, e você acaba não se sentindo intimidado pelo vilão nesse jogo, por mais que ele seja enorme. Enfim, esse é só um exemplo, mas não é o que realmente prejudica RE: ORC.

O que realmente prejudica o jogo é a campanha curta e o final claramente feito às pressas, porque a canadense SlantSix Games notavelmente fez esse jogo focando-se no Multiplayer - e é isso o que este Resident Evil é, um jogo Multiplayer. Para quem não tem acesso à internet, RE: ORC é uma total perda de dinheiro, mas para quem pode desfrutar dos recursos dessa maravilhosa função tecnológica da atualidade, como eu, o jogo é muito divertido. Os mapas são grandes e bem elaborados, proporcionando uma ótima experiência à caça do adversário, e a sonoplastia cria uma atmosfera de suspense e guerra absolutamente perfeita (rugidos de Hunters ecoando, pegadas de Lickers, tiros distantes, gritos) que te faz se sentir dentro do jogo.

Todos os cenários dispõem de um ótimo uso do controle de sombras e da iluminação em certos pontos. Se o trabalho com esses detalhes tivesse sido feito desse jeito em Resident Evil 5, o jogo teria o terror que tanto lhe faltou. Mas, por mais que RE: ORC tenha essa atmosfera sombria, um bom suspense e vários sustos, não é um jogo de terror - pois não foi feito para ser um. Enquanto RE5 é um jogo de ação que foi feito para ser de terror, RE: ORC é um jogo de ação Multiplayer que foi feito para ser de ação mas não deixou de incluir o suspense característico da franquia como um extra. Preciso dizer mesmo qual dos dois jogos se saiu melhor em seus objetivos?

Não entenda errado, RE: ORC tem mais terror, um Multiplayer infinitamente melhor que o de RE5, mas não é um jogo melhor - justamente por causa da campanha curta e mal trabalhada. A jogabilidade shooter é muito mais livre do que a dos outros jogos da franquia (tanto principais quanto spin-offs), permitindo que o jogador use combate corporal quando quiser; andar, mirar e atirar ao mesmo tempo (milagre!); pegar cobertura em pontos favoráveis; atirar sem mira (muito útil quando se está cercado por uma caralhada de zumbis); pegar um zumbi como escudo humano; jogar granadas e usar First Aid Sprays sem ter que trocar de arma (o inventário, aliás, não existe mais) e etc. Cada personagem possui habilidades especiais, que podem ser compradas e melhoradas com pontos de experiência. Vector, por exemplo, pode ficar invisível ou se passar por um personagem inimigo; Lupo tem balas incendiárias, e por aí vai.

Também há nesse jogo a possibilidade de se infectar por uma mordida de zumbi, ausente desde Resident Evil: Outbreak File #2, e para se curar de uma infecção não basta um First Aid Spray; você tem que encontrar um frasco com o antídoto para o T-Vírus e usá-lo. Além disso, seu personagem pode ser ferido ao ponto de sofrer grave sangramento, e isso atrai os zumbis até você - mas, pode ser usado a seu favor, se causar um sangramento em seu adversário.

Os gráficos são muito inferiores aos de Resident Evil 5, mas ainda ótimos; os trajes dos personagens, além de criativos, são muito bem representados pelos gráficos do jogo. A trilha sonora é uma mistura genérica de orquestra com efeitos eletrônicos, e não chega nem aos pés das grandiosas e épicas trilhas que Resident Evil costuma ter. Os efeitos sonoros, principalmente os das armas, já fazem bem o seu trabalho.

Por mais que tenha um Single Player ruim, o Multiplayer de Resident Evil: Operation Raccoon City compensa todas as suas falhas, sendo o mais divertido que poderia ser criado para um jogo da série - e é bom que a Capcom mantenha essa linha de experiência online no vindouro e aguardado Resident Evil 6. Com muita ação, uma pitada de suspense e situações carentes de estratégias da parte do jogador, Resident Evil: Operation Raccoon City é uma boa alternativa para quem já enjoou do padrão dos outros jogos.

Nota: 7.9

0 comentários:

Postar um comentário