This is Judge Dredd... I am the law.
O BIELL DE BOTAS apresenta
DREDD
Em "Dredd", a América se tornou em sua maior parte uma terra desértica irradiada quase inabitável, e no meio desta terra de lixo, existe uma enorme cidade chamada Mega City One, onde foi adotado um novo sistema de justiça: os Juízes, que são patrulheiros com funções de prender, julgar e se necessário executar o criminoso na cena do crime. Deles, Joe Dredd (Karl Urban) é o mais eficiente e temido de todos. No coração de Mega City One, está o complexo de Peach Trees, um enorme edifício que serve como o centro operacional da criminosa Ma-Ma (Lena Headey), que controla toda a fabricação e circulação da droga Slo-Mo na cidade. Dredd e a novata Anderson (Olivia Thirlby) são encarregados de encerrar as atividades de Ma-Ma, e o julgamento está chegando!
O enredo de "Dredd" é extremamente simples, assim como os da HQ criada por John Wagner, e os bons personagens e excelentes atuações movem esse enredo simples junto à ação de forma magnífica. Todos os personagens são devidamente apresentados por detalhes pequenos, mas importantes e marcantes, e são desenvolvidos com o passar do tempo. Na maioria das HQs do Juiz Dredd, cada edição mostrava uma coleção de capítulos, sendo cada um deles casos policiais sem conexão um com o outro, histórias bastante objetivas e sem enrolação, com personagens muito bons. É exatamente o que este novo filme é.
Enquanto Clint Eastwood foi o homem mais durão do velho oeste numa época em que os westerns estavam no auge, Karl Urban interpreta aqui o homem mais durão da ficção científica numa época em que o sci-fi se encontra no pico das produções cinematográficas. Dredd não hesita em cumprir a lei, e, sempre com um plano em mente, consegue fazê-lo de forma benéfica a todos os inocentes, evitando sacrifícios. Juiz Dredd é o policial perfeito, e Urban entrega ao público uma interpretação majestosa do Juiz do Apocalipse, com sua voz devidamente composta, maneira de andar, e acima de tudo: o queixo.
A Juíza Anderson também é muito bem representada por Olivia Thirlby, que consegue roubar muito mais a cena do que eu esperava, mas mantenho minha opinião de que o uniforme de Anderson deveria ser mais feminino. É o mesmo formato do uniforme de Dredd e qualquer outro Juiz, só que menor, e isso acaba parecendo um pouco estranho. Os poderes mentais da Juíza, por mais que possa parecer meio pastelão quando se diz isso, são bem contextualizados no longa.
Lena Headey com certeza é uma das melhores vilãs desse ano com sua Ma-Ma. Com uma expressão padrão, olhar psicopata, ações sádicas, comandos sólidos e sendo MUITO má, ela é uma criminosa de cair o queixo. Seu confronto com Dredd não é tão bem explorado quanto poderia ser, mas seu final é totalmente digno.
Os efeitos especiais não têm falhas e o 3D é excepcional. Não há cena NENHUMA que se mostre forçada demais para ser vista em 3D, e um truque envolvendo um widescreen falso amplifica a sensação do sangue e as balas estarem vindo direto na sua cara. Macete raramente usado, mas genial. A trilha sonora foca na música eletrônica e guitarra, e combina com a atmosfera da fita, mas não chega nem aos pés da composta por Alan Silvestri para "O Juiz" (Judge Dredd, 1995). Pedir para ser tão bom quanto Alan Silvestri, também, é pedir demais, às vezes.
A fotografia segue um padrão descolorido, mas quando são mostrados os efeitos da droga Slo-Mo (que acaba sendo uma excelente desculpa para usar o slowmotion em cenas de ação criativas), ela se torna notavelmente mais colorida e extravagante. No 3D, esses efeitos são espetaculares.
As locações e caracterizações dos cenários também chamam a atenção; nos quadrinhos de Dredd (e no filme de 95), Mega City One é uma cidade altamente futurística, cheia de luzes, carros diferentes, roupas incomuns, e etc. Nesta adaptação, o cenário é claramente futurístico, porém de uma forma mais fiel ao processo de evolução tecnológica pelo qual estamos passando; é tudo bastante parecido com o atual. Para mim, este aqui é o filme que mais chegou perto do que realmente deve vir a ser o futuro, estruturamente falando, pelo menos.
Por ser um filme simples, não há muito o que falar sobre "Dredd". Sendo um longa fiel à obra em que se baseia, com ótimos personagens em ótimas interpretações, ação contextualizada, muita violência, e uma duração ideal, "Dredd" é um excelente filme e adaptação, um mais do que certo pequeno e sólido passo para iniciar algo maior (Big things have small beginnings), como já fora prometido a nós, fãs de quadrinhos E de cinema!
Nota: 9,9
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