23.9.11

"Premonição 5" inova a franquia e a leva para uma direção muito mais sombria

PREMONIÇÃO 5

Depois dos fiascos cinematográficos seguidos que foram "Premonição 3"(Final Destination 3, 2007) e "Premonição 4"(The Final Destination, 2010), era extremamente difícil botar fé neste quinto capítulo da série de terror decadente. Porém, uma luz no fim do túnel apareceu com o trailer extremamente obscuro e se mostrando totalmente diferente dos estilos do filme-desastre que antecede este. O longa foi lançado nos Estados Unidos antes de chegar aos cinemas brasileiros, então corri para o IMDb e o Bloody-Disgusting, e encontrei críticas extremamente positivas - Tanto oficiais quanto de fãs. Foi o suficiente pra levantar minhas esperanças quanto ao filme. Outra coisa que me animou foi logo após ter conferido as críticas, vi que o roteirista do longa era Eric Heisserer, que se mostrou bem criativo no gênero terror com o recente remake de "A Hora do Pesadelo"(A Nightmare On Elm Street, 2010). Então, fui conferir a fita.
O quinto filme da série "Premonição" começa com créditos de abertura extraordinários. Raramente comento sobre esses detalhes como os créditos de abertura, mas a abertura deste filme foi algo épico, tanto pelo visual estético quanto pelo fato de referenciar incidentes ocorridos nos longas anteriores. Além disso, a abertura também nos mostra a grandeza da hipnotizante trilha sonora composta por Brian Tyler, também responsável pelas trilhas de "Rambo IV"(Rambo, 2008) e "Aliens vs. Predador 2"(Aliens vs. Predator: Requiem, 2007). O filme gira em torno de 8 adolescentes que estão à caminho de um retiro integral. O protagonista, Sam(Nicholas D'Agosto, numa atuação mediana que melhora à medida que o filme passa) se vê na difícil dúvida entre seguir seu sonho e abraçar uma boa carreira em Paris como chef de cozinha ou permanecer para ficar com a garota que ama. No momento em que o ônibus do retiro tem de passar por uma ponte em obras, Sam tem uma premonição do que vem a seguir: A ponte entraria em colapso e todos no ônibus morreriam, exceto sua amada, Molly(Emma Bell). Desesperado, Sam faz todos sairem do ônibus à tempo e consegue enganar a morte; Todos os seus colegas sobrevivem. Mas esse pode ter sido o maior erro de suas vidas; A Morte não gosta de ser enganada, e agora virá atrás deles um por um.
Ao contrário do último filme da série, esta fita já começa apresentando efeitos especiais esplêndidos. As mortes ocorridas na premonição de Sam e o colapso da ponte são muito bem feitos, o que já havia sido mostrado e dado o que esperar da cena no trailer do filme. O filme também consegue estabelecer com o espectador uma relação bem delicada com cada personagem, não é um slasher movie qualquer que simplesmente joga seus personagens fora como se não fossem nada. O filme primeiro te apresenta a personalidade e o estilo dos personagens e depois que você já está familiarizado com o tal, a Morte bate na porta deles. Em muitas cenas senti pena pelo personagem que estava para morrer. A mais carismática do elenco jovem é Jacqueline MacInnes Woo, que interpreta Olivia. Entretanto, a melhor e mais interessante atuação do longa-metragem é a de Miles Fisher, interpretando Peter. O personagem é o mais bem construído do filme e a interpretação de Fisher destaca bem a transtorno pelo qual seu personagem passa psicologicamente. Peter anda numa corda bamba, beirando a sanidade e a insanidade, ficando cada vez mais desesperado para sobreviver e tendo sempre que fazer escolhas difíceis que levam à intensa conclusão da história. O filme inova a franquia com a possibilidade de enganar a morte matando outra pessoa, ganhando assim seus anos restantes de vida, o que já havia sido mencionado no trailer. Temos um tom extremamente obscuro e sombrio durante o desenvolvimento do filme, e o diretor Steve Quale mostra a que veio, podendo vir a se tornar um mestre do terror contemporâneo com seu estilo sombrio e sangrento de se fazer um longa de terror. A trilha sonora, como já comentei, é hipnotizante, aparece sempre nos momentos certos. A fotografia do filme é bem comum, porém destaca bastante o vermelho do sangue. A cinematografia é mais chamativa nas cenas noturnas, onde o jogo de luz e sombras é aplicado de forma a deixar o filme mais tenso e sombrio. Aliás, a tensão presente no longa é de matar. Quale se mostra um ótimo diretor de suspense, se você tem um psicológico fraco, pode surtar no cinema. O filme consegue te deixar incrivelmente nervoso e ansioso com o que pode vir à seguir, e as cenas das mortes, ou os ferimentos, não são simplesmente derramamento de sangue. Você sente agonia pelo personagem, e isso funciona muito bem com o desenvolvimento do filme. Raramente comento esse detalhe, mas aqui é inevitável: O 3D de "Premonição 5" é impecável! Sem dúvidas, o melhor 3D de 2011. Os efeitos da tecnologia de três dimensões não são só deslumbrantes como também muitíssimo bem aplicados. O 3D realmente acrescenta muito à experiência que você tem ao assistir o quinto filme da série, em muitas cenas recuei na cadeira. A fita também consegue dar muitos sustos no espectador, e o radicalismo das mortes surpreende e muito. Ao final do filme, muitos fãs da série vão se deparar com uma pequena surpresa e uma ligação direta com o primeiro longa da série. Aliás, a maioria das mortes estão de alguma formas ligadas à outros acontecimentos passados da franquia, e o filme termina com uma certa abertura que pode levar a franquia à uma outra direção que, se bem guiada e devidamente aproveitada, deve dar muito certo. Provavelmente, o maior defeito desse quinto capítulo(que também é o defeito de muitos filmes de terror do tipo) é sua curta duração. Com apenas 92 minutos, o filme parece voar aos olhos do espectador, mas a intensa experiência não deverá ser esquecida.
Conclusão Final: Com cenas intensas, uma boa estrutura e mortes radicais, "Premonição 5"(Final Destination 5) inova a franquia, levando-a para uma direção mais sombria e obscura. Os efeitos são esplendidos, a trilha sonora penetrante e o derramamento de sangue não é economizado por um vilão que ainda vai demorar muito para ser derrotado: A Morte.

Nota: 9,0

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