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BL Clássicos

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12.2.13

BL Clássicos: "Carrie, A Estranha" (Carrie, 1976)

Agora é a vez de um clássico-cult que olha só; NÃO é tão bom assim!

O BIELL DE BOTAS apresenta
CARRIE, A ESTRANHA

"Carrie, A Estranha" (Carrie, 1976) conta a história de Carrie White (Sissy Spacek), uma garota de 17 anos com poderes telecinéticos que é zoada por todas as suas colegas quando menstrua pela primeira vez no vestiário da escola. Perturbada como sempre o fora, Carrie tenta se isolar dos colegas que não  a aceitam o máximo possível, até que Tommy Ross (William Katt), o garoto mais popular do colégio, a convida para ser seu par no Baile de Primavera da escola. Mas, se depender de Chris Hargensen (Nancy Allen) e seu namorado Billy Nolan (John Travolta), as coisas não sairão tão bem assim.

Percebeu uma certa diferença entre a sinopse acima e a relatada na resenha do livro? Pois é, a abordagem do filme sobre a história tem uma grande diferença da do livro. O filme tenta várias vezes adaptar algo do livro, mas simplesmente não funciona, não dá certo - as cenas que mais funcionam são as que copiam exatamente como são executadas no livro, e são poucas. O longa tenta convencer de que é mais do que um trash qualquer, mas os personagens vão morrendo como se fossem insignificantes, como se estivessem ali com o único objetivo de morrer, exatamente como num trash qualquer - o que automaticamente reflete um belo desperdício de talento no caso de John Travolta.

As atuações são, em sua grande maioria, horríveis. Uma certa iniciação do que poderia vir a ser carisma ainda consegue salvar alguns personagens, mas a única que se destaca e faz o filme valer é Sissy Spacek. Ela parece ser a única na produção que realmente compreendeu a obra de Stephen King, e dá o seu melhor como Carrie numa atuação maravilhosa e de cair o queixo - mas, apenas até onde o roteiro a permite. 

O roteiro limita muito a personagem de Spacek. Parece que Carrie simplesmente esquece do incidente do chuveiro após o acontecido, e o encara apenas como mais uma vez em que caçoaram dela. Não há qualquer exploração no ódio de Carrie, no desejo de vingança; ela continua a mesma. Isso faz com que, entre a abertura do filme e o início do acontecimento no Baile de Primavera, a fita não passe de uma chick-flick de sessão da tarde.

A trilha sonora é ótima, e a direção de Brian de Palma é cambaleante, até a cena do Baile, em que o diretor mostra o que realmente sabe fazer por trás das câmeras. O roteiro, como já dito acima, é limitado e não consegue adaptar bem o livro de King. Os efeitos especiais, todos práticos, são executados com perfeição!

Muito se fala sobre "Carrie, A Estranha", sobre o quão clássico o filme é, o quão cult se tornou, mas acaba que o longa não passa de um trash superestimado. Ficam as esperanças de ver uma adaptação digna do livro com a nova versão, estrelada pela minha futura esposa Chloë Grace Moretz e a coroa Julianne Moore, com estreia marcada para Novembro de 2013.

Nota: 4,0

"Carrie, A Estranha", de Stephen King, é uma obra empolgante e provida de excelência!

"Você é a pecadora! Você não me contou, e elas riram!"

O BIELL DE BOTAS apresenta
CARRIE, A ESTRANHA
de Stephen King

Em "Carrie, A Estranha" conhecemos a história de Carrie White, uma estudante do ensino médio que cumpre a função de bode expiatório da turma desde que se dá por gente. Quando sua primeira menstruação chega (tardiamente), no vestiário da escola, ela não tem ideia do que está acontecendo, e é zoada por todas as suas colegas. O fato é que, com exceção de sua mãe religiosa fanática Margaret White, ninguém sabe que Carrie tem o dom da telecinesia. A partir de então, Carrie começa a treinar seu poder, jurando vingança contra todos que caçoaram dela, até que algo inesperado acontece: Tommy Ross, um dos garotos mais populares da escola, a convida para ser seu par no Baile da Primavera do colégio.

A narração acontece em terceira pessoa, no passado, mas Stephen King a faz de maneira que aborda a perspectiva de diferentes personagens em determinadas cenas - meio complicado de se descrever aqui, mas permita-me exemplificar... Quando a terceira pessoa está acompanhando Carrie, ela sempre se refere à Margaret White como "Mamãe". Ou então, quando King quer retratar o que se passa na cabeça de tal personagem, ele acompanha o ritmo de seus pensamentos, que pode ser pausado ou até mesmo crescente até ficar acelerado. O autor escreve de forma com que se tenha fácil compreensão do que ele pretende nos passar, e a leitura em momento nenhum se torna cansativa.

King se atém a narrar apenas acontecimentos dentro da linha da história principal, ao contrário de muitos livros que saem disso e vão contar histórias paralelas de seus personagens para as quais ninguém dá a mínima, e isso também contribui para o livro manter-se interessante. Ele usa formas inteligentes pra voltar no tempo e contar sobre um acontecimento passado essencial para a cena decorrente, e também tem um jeito bastante eficiente de te fazer ficar mais curioso ainda sobre o curso da história.

Tal forma consiste em intercalar a história com trechos de livros, artigos ou entrevistas feitas após o grande acontecimento da novela, fazendo breves citações do que aconteceu no Baile da Primavera, mas nunca exatamente te dando um spoiler que vá te tirar a graça de ler. Não, King nos dá apenas a informação necessária para alimentar nossa curiosidade.

Os personagens são todos, sem exceção, excelentes! Carrie White faz o leitor se apegar a ela de várias maneiras diferentes; seja a achando dócil, fofa, com dó ou até mesmo a achando foda pra cacete. Margaret White é o verdadeiro símbolo de opressão da história, e por mais que seja uma mãe cruel, o leitor sente mais pena do que ódio dela. Stephen King pega todas as características opressivas que um ser humano pode ter e as insere numa mãe religiosa - hmm, seu malandro. A química entre Carrie e Margaret é conflituosa do começo ao fim, o que contribui para um grande desfecho.

Entre os coadjuvantes temos Sue Snell, Tommy Ross, Chris Hargensen (piranha!), Billy Nolan, a professora Desjardin e vários outros - o fato é que são todos muito importantes, e cada um cria uma relação diferente para com o leitor, assim como cada um tem uma relação diferente com a protagonista Carrie.

O gran finale do livro é, sem dúvidas, grandioso! Situado na segunda parte do livro (que é dividido em três: 'Brincando com Sangue', 'A Noite do Baile' e 'Os Escombros'), nos passa todas as emoções que compõem o livro de forma esplêndida; horror, tristeza, caos, alegria, insanidade, vingança. A boa e velha vingança poética.

"Carrie, A Estranha" é um livro excepcional, digno de ser considerado um verdadeiro clássico do mestre Stephen King. Com conflitos, destruição, humor, um pouco de romance, sangue e fogo, a obra é indispensável. Acrescentando um comentário mais pessoal: "Carrie" acaba de tomar o lugar de "O Vendedor de Armas" como meu livro favorito. Recomendadíssimo!

Nota: 10,0

5.2.13

Dead Space 3 mostra que Ação Frenética e Terror podem estar juntos no mesmo game!


Soviet Connection Apresenta
PRIMEIRAS IMPRESSÕES DEAD SPACE 3
Crítica 1/2

Bem, mais um longo ano se passou, com um final fraco de poucas críticas, principalmente minhas, porém volto with full power para trazer algumas novas críticas para vocês. Começando por DEAD SPACE 3, que conseguiu me surpreender mais do que todos os outros jogos da Saga na qual fiquei tão interessado em jogar.

Dead Space 3 conta a história de dois personagens desta vez, Isaac Clarke e John Carver (respectivamente dublados por Gunner Wright e Ricardo Chavira). Desta vez, é claro que o foco deixa de ser somente o terror e passa a se focar em uma história mais intensa sobre os Unitologistas, sobre os Necromorfos e sobre a Hive Mind, nova espécie alienígena encontrada no planeta ártico Tau Volantis.

Dead Space 3 é jogado em várias épocas diferentes pois esta é a única forma de expressar o que a história quer contar: 200 anos antes dos acontecimentos de Clarke e a época atual. Tau Volantis já era um planeta habitável por humanos a muito tempo, porém não eram humanos com a mente tão saudável como a nossa, e quando eu digo NÃO TÃO SAUDÁVEL  é porque o pessoal que morava lá não tinha muitos parafusos na cabeça. Para quem já jogou Dead Space 1 e 2, vocês vão se familiarizar quando eu disser que quem morava lá eram os malditos Unitologistas.



Desta vez, Isaac e Carver vão se encontrar em combates com humanóides (Hive Mind) e com Unitologistas no maior estilo Gears of War, e por falar nisso, a jogabilidade está MUITO similar ao mesmo. Ao mesmo tempo que as travas no controle ajudavam para dar tensão no jogador, já que o motivo pela qual o personagem era tão duro de se movimentar era por conta das pesadíssimas armaduras que ele vestia, já em Dead Space 3 isso retira completamente essa explicação dos dois jogos anteriores já que quando Isaac está de casaco Jeans, é a mesma sensação de quando você está de armadura.

Voltando para o assunto dos combates com humanos. Apesar de muitos agora estarem prestes a dizer: MAS COMO ASSIM? Dead Space 3 matou o terror definitivamente. Eu bem que lhe digo o contrário. Dead Space 3 é o melhor jogo da franquia e, inclusive o mais assustador. As partes de combate com humanos até agora foi patética, mínima e muito frenética, valendo a pena jogar e causando ainda mais tensão no jogador que acabou de sobreviver a uma horda de necromorfos.

Dead Space 3 também se passa em vários locais, incluindo Tau Volantis, naves espaciais e colônias de sobreviventes invadidas por Unitologistas que espalham o Marker por todos os cantos, criando grandes prédios que liberam a força do Red Marker para toda a colônia, mergulhando ela no caos.


A jogabilidade melhorou consideravelmente, mas como eu disse há alguns parágrafos atrás, isso tirou a tensão do jogo, tornando muito mais fácil para você escapar dos monstros, que por sinal, estão HORRIVELMENTE mais difíceis de matar, fazendo você torrar a munição do jogador e gastar a sola do rapaz de tanto esfregar seu coturno espacial das víceras desses malditos.

A trilha sonora mudou completamente seu foco. Ela não é mais tão assustadora, pelo menos ao que vi até agora. Quando o jogo deixa seu palco mais terrorífico e os atores passam a ser os Necromorfos, ai a trilha sonora fica inexistente, apenas com um toque dramático baixo e assustador... Mas isso raramente aparece, na maioria das vezes, o silêncio é quase absoluto.

Irei dividir essa crítica em mais uma parte, se conseguir terminar ela em mais uma parte, claro. Caso contrário, voltarei com as partes seguintes conforme for me aprimorando mais no game. LEMBRE-SE, isto é uma primeira impressão do game, não crítica.


2.2.13

"O Lado Bom da Vida" cumpre o dever de ser bonito e divertido.

Ahhh poupai-vos da introdução, vamos à crítica!

O BIELL DE BOTAS apresenta
O LADO BOM DA VIDA 

Em "O Lado Bom da Vida" (Silver Linings Playbook, 2012) nos é contada a história de Pat Solitano (Bradley Cooper), um ex-professor substituto de história que acaba de sair de um hospital psiquiátrico e anseia para reatar o relacionamento com sua mulher, Nikki (Brea Bee), mesmo sendo proibido de vê-la por restrição legal. Quando Tiffany (Jennifer Lawrence), uma garota conhecida de seu melhor amigo, oferece a Pat uma chance de barrar a restrição e se comunicar com Nikki contanto que ele seja seu parceiro em um concurso de dança, ele não consegue deixar de aceitar, vendo seu grande final feliz se aproximar cada vez mais.

Yup, yup, yup, pra você que leu a minha crítica do livro de Matthew Quick, o sobrenome de Pat no filme é Solitano, e não Peoples. Nop, nop, nop, eu não faço ideia do porque desta mudança, e já que já mencionei isso, falemos de como o filme adapta o livro. Primeiramente, quem leu o romance terá uma reação estranha a algumas partes do filme, mas o fato é que se trata de uma adaptação muito bem feita; alguns acontecimentos são trocados de lugar para não estender demais o longa (que, sendo uma dramédia, não pode ser tão comprido), o modo como o futebol americano é tratado é bastante manerado, Tiffany é melhor explorada, e a maioria dos personagens recebem excelentes caracterizações e interpretações.

Bradley Cooper e Jennifer Lawrence são definitivamente os donos da cena, com atuações fortes e uma química perfeita, mas é claro que o mestre Robert De Niro - que interpreta o pai de Pat - não se deixa ser ofuscado. Chris Tucker também chama a atenção como Danny, o amigo de Pat do hospital psiquiátrico, e não se pode imaginar ninguém melhor que ele para o papel. 

A fita é uma dramédia muito divertida que balanceia perfeitamente seus momentos de drama e de comédia, e o tom do filme é tão simpático que o faz até parecer curto ao final da projeção, em seus 122 minutos de duração. O roteiro utiliza de todos os quesitos disponíveis para divertir o público; o relacionamento entre os dois protagonistas malucos, o futebol, a família, as amizades, e até mesmo a tentativa de Pat de recuperar sua ex-esposa.

A trilha sonora é magnífica! David O. Russell a aplica à sua obra de modo comparável a como Tarantino costuma fazer com seus filmes ultra-violentos, transmitindo o sentimento adequado de cada cena. Ela é composta por canções como "My Cherie Amour", de Stevie Wonder; "Girl From North Country", de Bob Dylan e Johnny Cash; "Silver Lining", de Jessie J (tema do filme), entre outras ótimas. Até Danny Elfman marca sua presença com algumas faixas instrumentais na trilha.

David O. Russell faz um ótimo trabalho na direção do filme, com dinâmicas de câmera e também incrível orientação do elenco, o que se faz notar bastante, por exemplo, em uma cena de discussão entre a família de Pat. O longa também tem uma ótima fotografia e iluminação, especialmente na cena do concurso de dança. 

O roteiro do filme avança talvez de uma forma diferente do livro, já que pode-se dizer que o livro não trabalha tão bem Tiffany quanto o filme faz. Uma vez que o livro é narrado sob a perspectiva de Pat, muito se fala sobre Nikki, Nikki e Nikki, sendo que o clímax da história é mais ligado à Tiffany. O filme consegue trabalhar Tiffany de modo melhor, sem esquecer a obsessão de Pat por Nikki. Por outro lado, o livro desenvolve melhor o relacionamento de Pat com seu irmão, amigos e o terapeuta Cliff Patel, que não se sobressai na fita. Mas enfim, não estou aqui para comparar o modo como duas artes diferentes exploram um enredo e sim para resenhar um filme.

"O Lado Bom da Vida" (Silver Linings Playbook, 2012) é mais divertido do que se pode esperar, e também lindo e inspirador. Ótimas atuações, ótimo roteiro, ótimas músicas e ótimos personagens recheiam esta ótima adaptação, que recomendo a todos que procuram por um bom filme divertido, artístico e bastante original.

Nota: 10,0