2ª Premiação Anual Lagarto de Ouro

Confira os candidatos e dê sua opinião sobre os melhores filmes de 2012!

LagARTÍSTICO #7: Diamonds Are A Girl's Best Friend!

A sétima edição do quadro LagARTÍSTICO traz uma galeria da eterna diva Marilyn Monroe!

Hitman: Absolution

O Assassino 47 está de volta, saiba a nossa opinião sobre o novo jogo!

BL Clássicos

Leia duas novas críticas no quadro BL Clássicos: "The Misfits" e "How to Marry a Millionaire".

23.9.11

"Premonição 5" inova a franquia e a leva para uma direção muito mais sombria

PREMONIÇÃO 5

Depois dos fiascos cinematográficos seguidos que foram "Premonição 3"(Final Destination 3, 2007) e "Premonição 4"(The Final Destination, 2010), era extremamente difícil botar fé neste quinto capítulo da série de terror decadente. Porém, uma luz no fim do túnel apareceu com o trailer extremamente obscuro e se mostrando totalmente diferente dos estilos do filme-desastre que antecede este. O longa foi lançado nos Estados Unidos antes de chegar aos cinemas brasileiros, então corri para o IMDb e o Bloody-Disgusting, e encontrei críticas extremamente positivas - Tanto oficiais quanto de fãs. Foi o suficiente pra levantar minhas esperanças quanto ao filme. Outra coisa que me animou foi logo após ter conferido as críticas, vi que o roteirista do longa era Eric Heisserer, que se mostrou bem criativo no gênero terror com o recente remake de "A Hora do Pesadelo"(A Nightmare On Elm Street, 2010). Então, fui conferir a fita.
O quinto filme da série "Premonição" começa com créditos de abertura extraordinários. Raramente comento sobre esses detalhes como os créditos de abertura, mas a abertura deste filme foi algo épico, tanto pelo visual estético quanto pelo fato de referenciar incidentes ocorridos nos longas anteriores. Além disso, a abertura também nos mostra a grandeza da hipnotizante trilha sonora composta por Brian Tyler, também responsável pelas trilhas de "Rambo IV"(Rambo, 2008) e "Aliens vs. Predador 2"(Aliens vs. Predator: Requiem, 2007). O filme gira em torno de 8 adolescentes que estão à caminho de um retiro integral. O protagonista, Sam(Nicholas D'Agosto, numa atuação mediana que melhora à medida que o filme passa) se vê na difícil dúvida entre seguir seu sonho e abraçar uma boa carreira em Paris como chef de cozinha ou permanecer para ficar com a garota que ama. No momento em que o ônibus do retiro tem de passar por uma ponte em obras, Sam tem uma premonição do que vem a seguir: A ponte entraria em colapso e todos no ônibus morreriam, exceto sua amada, Molly(Emma Bell). Desesperado, Sam faz todos sairem do ônibus à tempo e consegue enganar a morte; Todos os seus colegas sobrevivem. Mas esse pode ter sido o maior erro de suas vidas; A Morte não gosta de ser enganada, e agora virá atrás deles um por um.
Ao contrário do último filme da série, esta fita já começa apresentando efeitos especiais esplêndidos. As mortes ocorridas na premonição de Sam e o colapso da ponte são muito bem feitos, o que já havia sido mostrado e dado o que esperar da cena no trailer do filme. O filme também consegue estabelecer com o espectador uma relação bem delicada com cada personagem, não é um slasher movie qualquer que simplesmente joga seus personagens fora como se não fossem nada. O filme primeiro te apresenta a personalidade e o estilo dos personagens e depois que você já está familiarizado com o tal, a Morte bate na porta deles. Em muitas cenas senti pena pelo personagem que estava para morrer. A mais carismática do elenco jovem é Jacqueline MacInnes Woo, que interpreta Olivia. Entretanto, a melhor e mais interessante atuação do longa-metragem é a de Miles Fisher, interpretando Peter. O personagem é o mais bem construído do filme e a interpretação de Fisher destaca bem a transtorno pelo qual seu personagem passa psicologicamente. Peter anda numa corda bamba, beirando a sanidade e a insanidade, ficando cada vez mais desesperado para sobreviver e tendo sempre que fazer escolhas difíceis que levam à intensa conclusão da história. O filme inova a franquia com a possibilidade de enganar a morte matando outra pessoa, ganhando assim seus anos restantes de vida, o que já havia sido mencionado no trailer. Temos um tom extremamente obscuro e sombrio durante o desenvolvimento do filme, e o diretor Steve Quale mostra a que veio, podendo vir a se tornar um mestre do terror contemporâneo com seu estilo sombrio e sangrento de se fazer um longa de terror. A trilha sonora, como já comentei, é hipnotizante, aparece sempre nos momentos certos. A fotografia do filme é bem comum, porém destaca bastante o vermelho do sangue. A cinematografia é mais chamativa nas cenas noturnas, onde o jogo de luz e sombras é aplicado de forma a deixar o filme mais tenso e sombrio. Aliás, a tensão presente no longa é de matar. Quale se mostra um ótimo diretor de suspense, se você tem um psicológico fraco, pode surtar no cinema. O filme consegue te deixar incrivelmente nervoso e ansioso com o que pode vir à seguir, e as cenas das mortes, ou os ferimentos, não são simplesmente derramamento de sangue. Você sente agonia pelo personagem, e isso funciona muito bem com o desenvolvimento do filme. Raramente comento esse detalhe, mas aqui é inevitável: O 3D de "Premonição 5" é impecável! Sem dúvidas, o melhor 3D de 2011. Os efeitos da tecnologia de três dimensões não são só deslumbrantes como também muitíssimo bem aplicados. O 3D realmente acrescenta muito à experiência que você tem ao assistir o quinto filme da série, em muitas cenas recuei na cadeira. A fita também consegue dar muitos sustos no espectador, e o radicalismo das mortes surpreende e muito. Ao final do filme, muitos fãs da série vão se deparar com uma pequena surpresa e uma ligação direta com o primeiro longa da série. Aliás, a maioria das mortes estão de alguma formas ligadas à outros acontecimentos passados da franquia, e o filme termina com uma certa abertura que pode levar a franquia à uma outra direção que, se bem guiada e devidamente aproveitada, deve dar muito certo. Provavelmente, o maior defeito desse quinto capítulo(que também é o defeito de muitos filmes de terror do tipo) é sua curta duração. Com apenas 92 minutos, o filme parece voar aos olhos do espectador, mas a intensa experiência não deverá ser esquecida.
Conclusão Final: Com cenas intensas, uma boa estrutura e mortes radicais, "Premonição 5"(Final Destination 5) inova a franquia, levando-a para uma direção mais sombria e obscura. Os efeitos são esplendidos, a trilha sonora penetrante e o derramamento de sangue não é economizado por um vilão que ainda vai demorar muito para ser derrotado: A Morte.

Nota: 9,0

18.9.11

"O Vendedor de Armas", de Hugh Laurie, é inteligente e hilário

O VENDEDOR DE ARMAS
DE HUGH LAURIE

Hugh Laurie vem desde sempre se provando um verdadeiro artista completo. Além de um excelente ator, Laurie também realiza trabalhos como diretor, escritor e músico. Quando fiquei sabendo que sua obra literária "O Vendedor de Armas" seria lançada no Brasil, não pude evitar de comprar, e digo-lhes que valeu a pena.
O livro nos apresenta Thomas Lang, um ex-soldado inglês com um humor bem aguçado que recebe uma tentadora proposta de matar um homem chamado Alexander Woolf. Lang recusa a proposta e resolve alertar Woolf de que alguém pretende matá-lo, mas quando se vê envolvido com poderosos diplomatas, um perigoso vendedor de armas e apaixonado pela filha de Alexander, Sarah Woolf, Lang acaba numa baita enrrascada.
Thomas Lang é quem narra a história durante o livro inteiro, e se apresenta bem apropriadamente a nós leitores. Assim também o faz com os outros personagens. David Solomon se mostra um fiel e seguro companheiro/amigo que se preocupa bastante com Lang, mas as relações que realmente chamam a atenção do leitor são com os Woolf e o diplomata Russell P. Barnes. A história gira em torno de um helicóptero até então chamado de "Pós-Graduado" que precisa ser vendido para o suposto combate ao terrorismo, uma verdadeira máquina de matar. Tendo já se envolvido com Alexander Woolf, Lang se apaixona por Sarah Woolf, cuja vida está em risco. Com a vida de Sarah nas mãos de Barnes e o vendedor de armas Naihm Murdah, Lang não tem escolha a não ser fazer o que lhe é mandado.
Em sua narração da história, Lang deixa bem claro o que pensa de cada um dos personagens que nos são apresentados por ele e isso é bem legal, pois você acaba imaginando a personalidade de cada um de modo bem familiar pois isso lhe está sendo contado de uma forma natural e não muito informal, forma que você provavelmente usaria ao descrever alguém. O humor de Lang funciona muito bem, o personagem faz piadas naturais com os outros personagens e muitas vezes com sua própria situação, mesmo sendo esta ruim ou não.
O modo como Thomas descreve as coisas é bem cômico, natural, literal e fácil de se entender. Geralmente o personagem faz piadas com a aparência principalmente de seus inimigos ou de quem não gosta. Os exemplos mais comuns são o "brilho de Murdah" e as rugas de Barnes. Outro detalhe que me chamou a atenção é o quanto Hugh Laurie foi preciso ao descrever os locais e trajetos feitos por seu personagem. Quando Lang está se locomovendo por Londres ou pelo mundo, é descrito cada rua, cada esquina pela qual o personagem passa e geralmente há várias referências de locais próximos. Quando Lang viaja para fora de Londres, ele faz uma excelente descrição do local onde está, como está, e etc.
Os palavrões não são exagerados e contribuem bem para o humor, os tradutores souberam encaixar bem os palavrões "nacionais" para traduzir os "internacionais" no livro. Provavelmente, o maior defeito do livro são alguns erros de ortografia e digitação. Como a estreia de Hugh Laurie, podemos ver que alguns erros derivam de sua própria escrita, mas há também erros em que podemos perceber que foi uma escorregada dos tradutores.
Os capítulos do livro não são grandes, são médios e o modo como a história se constrói e se desenvolve não torna a leitura cansativa. Por outro lado, você tem uma ótima experiência com uma leitura divertida a cada capítulo. Mas é claro, à medida que a história se desenvolve, você vai tendo que colocar a cabeça pra pensar um pouco mais, mas nada é muito complicado. É interessante também como Lang demonstra seu gosto para músicas, filmes, decoração e é claro, armas. As partes de ação e combate no livro são muito bem descritas e te fazem imaginar bem a cena e te envolver nela, especialmente quando se passa uma situação tensa.
Muitos capítulos do livro, ao acabar, vão te puxar para o capítulo seguintes pelo simples fato de você querer saber o que vai acontecer ao seguir na história, principalmente nos capítulos finais. Foi isso o que me fez terminar de ler o livro hoje, cada capítulo que acabava me fazia querer saber mais ainda o que aconteceria em seguida. Um outro pequeno defeito é como Lang descreve o final de algumas ações, o que pode deixar um pouco confuso. Por exemplo; em certa parte do livro, deduzi que Lang havia matado Sarah, pois ele não defenia exatamente o que tinha feito, mas depois é melhor explicado.
Conclusão Final: Com humor fantástico, uma história inteligente e um protagonista simpático, "O Vendedor de Armas" é um livro realmente agradável de se ler e muito divertido. Ainda que com alguns defeitos, é uma excelente estreia de Hugh Laurie na literatura, uma ótima obra da ficção britânica. Recomendado!

Nota: 8.0